Apesar do avanço da oposição nas eleições regionais de domingo, o presidente Hugo Chávez voltou a falar em aprovar as reeleições ilimitadas na Venezuela. O projeto, que lhe permitiria candidatar-se em 2012, foi rejeitado em referendo, há um ano. Em entrevista a jornalistas estrangeiros, Chávez disse que não buscará aprovar uma nova reforma constitucional, mas seus partidários "têm o direito" de tentar derrubar o limite de dois mandatos para presidente.

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"Não vou propor outra reforma, mas não posso evitar que outros tentem fazer isso", afirmou Chávez, no poder há uma década. "O povo tem o direito de pedir uma reforma, uma emenda e uma Constituinte - e 2009 seria o ano para se discutir isso. Eles (seus aliados) teriam de colher assinaturas, levá-las à Assembléia Nacional e ir de novo a referendo.

Ao defender as reeleições ilimitadas, Chávez citou o presidente brasileiro. "Lula tem 70% de aprovação e tem de ir embora. Por quê?", perguntou. "O próprio Lula diz: criticam o Chávez, mas por que não falam de Tony Blair e Margaret Thatcher?"

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Apesar de seus adversários terem conquistado as prefeituras das duas maiores cidades venezuelanas e cinco Estados de grande peso populacional e econômico, Chávez não admitiu que eles avançaram. "Essa é uma vitória revolucionária", disse, lembrando que ganhou em 17 Estados. Mas se a oposição deve saltar obstáculos para garantir a redistribuição mais equilibrada do poder também é verdade que os próximos anos prometem ser difíceis para o presidente.

"Chávez quer aprovar as reeleições indefinidas logo, pois sabe que isso será mais difícil quando o país sentir os efeitos da crise internacional e da queda do preço do petróleo", diz o cientista político Omar Noria, da Universidade Simón Bolívar. Tendo em vista que o projeto foi rejeitado há tão pouco tempo, é uma aposta arriscada.

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