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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, descartou nesta sexta-feira que seu governo apoie o pacto de não-agressão proposto pelo Brasil, para que tropas internacionais monitorem a fronteira entre Colômbia e Venezuela. Chávez afirmou que o problema não é a fronteira, mas sim as "bases militares".

"Nós não vamos aceitar uma força supranacional cuidando de nossas fronteiras. Que a Colômbia cuide da sua, nós cuidados da nossa", afirmou Chávez em Caracas. O pacto entre os dois países foi proposto por Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais.

Chávez notou que era contra a proposta porque "é um tema de soberania, e a soberania não se discute". "O problema não é a fronteira...o problema são as bases militares."

"Eles (na Colômbia) são os lacaios. Aqui estão os patriotas. Eles são lacaios do império", disse o mandatário venezuelano, se referindo aos Estados Unidos, país que chama de "império".

"Os EUA poderão ser na Colômbia como o agente secreto de sua majestade britânica, o 007, que poderá matar a quem quiser e onde quiser. Assim que temos o 007 ali mesmo na Colômbia", afirmou Chávez.

O líder venezuelano é um forte crítico do acordo entre Colômbia e os Estados Unidos que amplia a presença de tropas norte-americanas em sete bases em território colombiano. Bogotá afirma que a única intenção do pacto é combater guerrilheiros no próprio país, mas Chávez vê o risco de ações em outras nações da região.

García disse nesta semana que o Brasil poderia enviar aviões para a fronteira, para ajudar a monitorar a região. As relações entre Venezuela e Colômbia, tensas há anos, pioraram desde julho, quando Chávez decidiu se distanciar do governo do presidente Álvaro Uribe por divergências sobre o acordo com os EUA.

No domingo, Chávez chegou a dizer que os venezuelanos deveriam se preparar para a guerra. Posteriormente, negou que tivesse dado qualquer declaração belicosa.

Centenas de funcionários públicos e partidários de Chávez realizaram nesta sexta-feira uma marcha no centro de Caracas e em San Cristóbal, no sudoeste, para protestar contra o acordo militar da Colômbia com os EUA. "Não queremos que a Colômbia seja o Israel da América Latina", afirmava um dos cartazes.

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