O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, minimizou as afirmações do ex-general Antonio Rivero, segundo as quais cresce a presença cubana nas Forças Armadas do país. Chávez criticou Rivero após o oficial reformado denunciar o que chamou de participação generalizada das tropas cubanas nas forças militares da Venezuela.
O líder venezuelano defendeu a cooperação cada vez mais próxima de seu governo com as autoridades de Havana. "Que cubanização? Aqui os cubanos estão nos ajudando", disse ele, durante seu programa dominical de rádio e televisão "Alô, presidente".
O ex-general afirmou que os cubanos agora se envolvem nos treinamentos das tropas e têm um papel na área de inteligência, armas, comunicações e outras também estratégicas. Ex-aliado de Chávez, Rivero saiu da ativa após 25 anos, justamente pelo que qualificou como "intromissão" de soldados cubanos nas Forças Armadas.
Falando ontem ao canal Globovisión, Rivero disse que agentes de inteligência o estavam espionando. Chávez afirmou suspeitar que o ex-general já tivesse contatos com a oposição antes de deixar a ativa.
O presidente da Venezuela tem aproximado o país de Cuba desde que chegou ao poder, em 1999. Ele visita frequentemente o ex-líder cubano Fidel Castro, que qualifica como mentor, embora rechace as acusações de que os líderes cubanos tenham a ver com seus planos de transformar a Venezuela em um Estado socialista.
Durante o programa dominical, Chávez anunciou também um aumento salarial de 40% para os militares. A decisão pode ajudar a consolidar a lealdade ao presidente às vésperas das eleições legislativas de setembro.