O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, declarou ontem que colocou as Forças Armadas de seu país em alerta por causa do golpe que derrubou o presidente de Honduras, José Manuel Zelaya. Em seu programa "Alô, Presidente!", Chávez ameaçou entrar em guerra com Honduras se a Embaixada de seu país em Tegucigalpa for invadida e disse que não reconhecerá outro presidente hondurenho que não seja Zelaya.

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O venezuelano não entrou em detalhes sobre quais seriam suas ações militares, embora tenha afirmado ter informações de que os embaixadores da Venezuela e de Cuba tenham sido "sequestrados", assim como a chanceler de Honduras, Patrícia Rodas. "Estamos entrando em estado de guerra", disse. "Não podemos ficar de braços cruzados aqui".

Zelaya e Chávez são aliados políticos. Honduras integra a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), idealizada por Chávez, que convocou para nesta segunda-feira (29) uma reunião de emergência da Alba na Nicarágua. Zelaya partiu ontem a Manágua num avião cedido por Chávez. Ao chegar na Nicarágua, o venezuelano adiantou o tom da reunião: "Faremos o que tiver de ser feito para recolocá-lo no governo. Não permitiremos mais gorilas neste continente. Estamos diante de um golpe troglodita contra um povo e seu presidente", completou Chávez.

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O venezuelano acusou ainda as "oligarquias cruéis" de Honduras, que teriam transformado o país em uma "base terrorista dos Estados Unidos". Chávez, porém, elogiou as declarações da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que condenou a destituição de Zelaya.

Outros aliados de Chávez - Bolívia, Equador e Nicarágua - também criticaram a destituição do presidente de Honduras. Em comunicado, Quito condenou "energicamente o golpe cometido contra um presidente legitimamente constituído". Para o presidente da Bolívia, Evo Morales, "o que está ocorrendo em Honduras é uma aventura de um grupo militar contra a democracia e o povo".

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