O chefe da Igreja Católica da Alemanha pediu desculpas às vítimas de abuso infantil cometido por padres e, depois de reunir-se com o papa Bento 16 na sexta-feira, disse que o pontífice o encorajou a seguir adiante e enfrentar o problema.
O arcebispo Robert Zollitsch, presidente da Conferência dos Bispos Alemães, disse que a Igreja Católica está tomando medidas para investigar numerosas alegações de abuso em instituições católicas, auxiliar as vítimas e impedir uma recorrência dos abusos.
"Os bispos alemães estão consternados com o que aconteceu e com os atos de violência cometidos contra crianças", disse Zollitsch após uma audiência reservada de 45 minutos com o papa. "Algumas semanas atrás eu pedi perdão às vítimas, e isso é algo que preciso repetir hoje em Roma."
Zollitsch disse que transmitiu ao papa informações atualizadas sobre a situação na Alemanha, onde vieram à tona mais de 100 relatos de abusos em instituições católicas, incluindo uma ligada ao prestigioso coral de Regensburg, regido pelo irmão do papa entre 1964 e 1994.
"O Santo Padre me ouviu com profundo choque, interesse agudo e grande tristeza", disse Zollitsch em coletiva de imprensa, acrescentando que não discutiu especificamente o caso do coral de Regensburg com o papa.
"Informei o Santo Padre das medidas que estamos adotando, e estou grato a ele por ter me encorajado a seguir adiante com a adoção dessas medidas, de maneira corajosa e decisiva", disse ele. "Queremos trazer a verdade à tona."
Líder dos 26 milhões de católicos da Alemanha, Zollitsch observou que o escândalo de abuso sexual infantil na Alemanha não se limita à Igreja. Ele agradeceu o governo alemão por convocar para 23 de abril uma mesa-redonda sobre o assunto, reunindo representantes católicos e protestantes, grupos civis, professores e vítimas.
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