Israel está apostando no uso de avanços tecnológicos civis na guerra cibernética contra seus inimigos, afirmou um general israelense nesta terça-feira em rara declaração pública sobre o programa secreto.
Usar redes de computador para espionagem --invadindo bancos de dados-- ou para sabotar sensíveis sistemas de controle com os chamados "malwares" são métodos que têm sido estudados por Israel para lidar com arqui-inimigos como o Irã.
Em discurso sobre políticas militares, o Major-General Amos Yadlin, chefe da inteligência militar, listou - entre ameaças à segurança nacional - a vulnerabilidade a hackers, o projeto nuclear iraniano, a Síria e as guerrilhas islamitas ao longo das fronteiras do estado judeu.
Yadlin disse ainda que as forças armadas israelenses têm meios para providenciar segurança de redes e lançar seus próprios ataques cibernéticos.
"Gostaria de lembrar neste estimado fórum que o campo da guerra cibernética se encaixa bem na doutrina de defesa do estado de Israel", disse ele no Instituto de Estudos de Segurança Nacional, centro de pesquisa da Universidade de Tel Aviv.
"É uma iniciativa inteiramente azul e branca (cores da bandeira de Israel) e não depende de ajuda ou tecnologia do exterior. É um campo muito bem conhecido entre jovens israelenses, em um país que recentemente recebeu o título de 'nação de start-ups'", disse ele, em referência à indústria civil de tecnologia do país.
As agências de espionagem israelenses contam com seus times especializados em guerra cibernética, com experiência em técnicas tradicionais de sabotagem e protegidas por segredo oficial e censura.
Levando em conta que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha estão criando seus próprios comandos de guerra cibernética, Yadlin confirmou que Israel também tem pessoas trabalhando no setor. Ele não citou alvos específicos para potenciais ataques cibernéticos israelenses.