O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, disse na segunda-feira ter obtido o apoio de aliados árabes para a estabilização do Iraque, mas encerrou sua visita ao Oriente Médio pedindo aos líderes iraquianos que não percam tempo em fazer sua parte.
Cheney disse também que o apoio árabe não depende de progresso entre israelenses e palestinos, um conflito que muitos na região consideram um catalisador da militância islâmica. Mas ele afirmou que os EUA continuam comprometidos com a paz no Oriente Médio.
"Não acho que seja tudo ou nada. Acredito que há várias questões que precisam ser resolvidas simultaneamente. Não temos de escolher", disse ele a jornalistas no avião que o levou para Washington depois das visitas a Iraque, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Jordânia.
A escala de Cheney no Iraque pareceu sinalizar a crescente impaciência dos EUA com a demora do governo iraquiano em fechar acordos de compartilhamento de poder, que Washington aponta como vitais para conter a violência sectária.
O governo Bush enfrenta crescente pressão do Congresso, liderado pela oposição, para começar a reduzir o envolvimento dos EUA na impopular guerra, onde explosões e outros ataques persistem, apesar do aumento do contingente norte-americano em Bagdá.
Governos árabes moderados há muito pressionam o governo Bush a retomar seu papel como mediador entre palestinos e israelenses, dizendo que a antiga disputa alimenta a militância islâmica no Iraque e em outros lugares da região. Israel rejeita veementemente qualquer ligação entre ambos os conflitos.
Durante sua visita à capital iraquiana, Cheney, um dos mentores da invasão de 2003, pediu aos líderes iraquianos que ajam sem demora, recado que ele repetiu na viagem de volta.
"Não há muito tempo a ser gasto, e é importante avançar agressivamente sobre a ordem do dia", disse ele. "Achei que havia um maior sentido de urgência da parte deles do que eu havia visto anteriormente."
Cheney também reiterou um duro alerta que fez na sexta-feira ao Irã e disse não haver contradição disso com a autorização do governo para que haja conversas com autoridades iranianas em Bagdá sobre a segurança no Iraque.
A Casa Branca insiste que esses encontros, raríssimos entre os dois governos desde o rompimento de relações diplomáticas, em mais de duas décadas, devem se limitar à questão do Iraque, sem derivar para uma negociação em torno do programa nuclear do Irã.
"O presidente [George W. Bush] deixou claro que as conversações em Bagdá são entre embaixadores, focadas na situação no Iraque e no que acreditamos ser a interferência do Irã nos assuntos internos do Iraque", disse Cheney. O Irã nega tal interferência.
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