Washington - Em vez do Rio de Janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, poderá deixar para Santiago (Chile) o grande discurso sobre a política norte-americana para a América Latina durante seu giro pela região, segundo o vice-embaixador chileno em Washington, Roberto Matus. A viagem começa no próximo sábado em Brasília. Obama vai ao Rio no domingo e depois parte para Chile e El Salvador, finalizando o pequeno périplo no dia 23.
"Estamos esperando só a palavra final, mas essa é a expectativa, disse Matus após ser indagado a respeito em um evento no think tank conservador Heritage Foundation. A seu lado estavam os embaixadores em Washington Mauro Vieira (Brasil) e Francisco Altschul (El Salvador).
Indefinição
A Casa Branca confirmou que haverá um discurso em Santiago, mas não especificou o teor. O Itamaraty disse não saber se Obama fará mesmo no Chile o discurso principal da viagem.
Já Ray Walser, diplomata veterano dos EUA e analista sênior para América Latina da Heritage Foundation, afirmou ter recebido a mesma informação sobre o palco da fala principal da viagem. Ele indicou que a expectativa para o discurso no Chile é alta. Acredita-se que será comparável ao que Obama fez no Cairo para o mundo árabe há quase dois anos.
"Depois dos comentários de Obama na Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago (2009), não houve um discurso que colocasse em perspectiva a política dos EUA para a região ainda, comentou.
De toda forma, Obama fará ao menos dois discursos no Brasil. Na capital, a fala será voltada a comércio e economia; no Rio, segundo diplomatas, deverá focar na relação com o povo brasileiro e os pontos de identificação de Obama com o país, da questão racial à democratização.
O presidente ainda terá uma entrevista coletiva em Brasília, após reunião na manhã de sábado com a presidente Dilma Rousseff. Vieira disse que a visita ao Rio será "mais relaxada e cultural. "A parte oficial será em Brasília mesmo, acrescentou.
Competição
O momento escolhido por Obama para vir à América Latina foi encarado no evento de ontem como importante para contrabalançar a competição crescente por influência com outros países leia-se China (na parte comercial) e Irã (política).
"Os Estados Unidos não perceberam que a América Latina tem outras oportunidades [de parceria], disse Eric Farnsworth, vice-presidente do Council of the Americas.
"Em um momento em que estamos desesperados para aumentar o comércio exterior, não podemos subestimar o hemisfério Ocidental, porque outros países estão se movendo bem rápido.
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