SÃO PAULO - Assolado no sábado pelo quinto maior terremoto desde pelo menos o século 20, o Chile ostenta ainda na sua história o maior abalo sísmico já registrado em todo o mundo. No dia 22 de maio de 1960, tremor de 9,5 graus na escala Richter matou 1,4 mil pessoas no país e devastou uma região próxima à que foi seriamente atingida desta vez.
Segundo registro do Centro de Pesquisa Geológica dos EUA, que mantém um histórico dos maiores terremotos do mundo, o apocalíptico choque sísmico devastou a cidade de Valdivia (850 km ao sul da capital), deixou 2 milhões de desabrigados e até 3 mil feridos.
O tremor provocou tsunamis que vitimaram 138 pessoas no Japão, onde chegou um dia depois, 61 no Havaí (EUA) que registrou ondas de até 10,6 metros e 32 nas Filipinas, além de causar danos materiais na Costa Oeste americana.
No Chile, grande parte das mortes decorreu também de ondas que chegaram a 11,5 metros na cidade de Puerto Saavedra, onde escombros de construções foram arrastados por três km continente adentro, e a oito metros na cidade de Corral.
Dois dias depois da tragédia, um vulcão nos Andes entrou em erupção, fenômeno atribuído à forte movimentação sísmica que precedeu e sucedeu o terremoto. Abalos secundários foram sentidos por todo o ano.
A dimensão da catástrofe contribuiu para que o Chile, um dos países com maior histórico de tremores do mundo, reforçasse as condições de segurança antissísmica, estabelecendo códigos estritos para construção civil e um sistema de socorro para eventos dessa natureza.
A "tradição sísmica faz especialistas preverem um caminho muito menos traumático que o do Haiti. Apenas horas depois do terremoto, que em Santiago atingiu 7 graus, a infraestrutura elétrica e de comunicações voltava ao normal em vários pontos.
Segundo a empresa americana de avaliação de risco Eqecat, os danos materiais podem chegar a US$ 30 bilhões, o equivalente a 15% do PIB do Chile.
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