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Vários confrontos eclodiram no Chile no dia em que o país relembra o 42º aniversário do golpe militar que derrubou o presidente socialista Salvador Allende e instaurou a ditadura.

Funcionários do governo relataram que várias barricadas de fogo foram montadas durante a noite por manifestantes em Santiago, a capital.

A polícia respondeu com canhões de água e gás lacrimogêneo.

Em San Bernardo, município ao sul de Santiago, um policial ficou ferido por um projétil que atingiu seu tornozelo. A vestimenta de proteção evitou, porém, que a bala o machucasse com gravidade.

O aniversário do golpe de 11 de setembro de 1973 é muitas vezes marcado pela violência.

Autoridades disseram porém que os incidentes deste ano até agora têm sido isolados e menos violentos do que em anos anteriores.

Em Tirúa, na região da Araucanía, cenário do chamado “conflito mapuche”, um grupo de encapuzados incendiou máquinas agrícolas em uma fazenda da companhia florestal Mininco.

No centro de Santiago, algumas ruas foram fechadas para veículos e algumas barricadas foram erguidas em frente à sede da Universidade de Santiago, lugar habitual de manifestações.

Na Vila França, um dos locais mais combativos durante o regime ditatorial, houve alguns incidentes isolados que obrigaram ônibus urbanos a desviar seu percurso.

La Moneda

A presidente Michelle Bachelet, que em março do ano passado assumiu seu segundo mandato, participou desde as 11h da cerimônia ecumênica realizada no Pátio dos Canhões, no Palácio La Moneda, sede do governo.

Os ex-presidentes Eduardo Frei e Ricardo Lagos estavam presentes ao evento. Sebastián Piñera e Patricio Aylwin, ambos convidados, não compareceram.

O governo chileno estima que 3.095 pessoas tenham sido mortas durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990)

O ditador morreu em 2006, em prisão domiciliar, sem nunca ter sido julgado por acusações de enriquecimento e violações dos direitos humanos.

Reprovação

Pesquisa do mês de agosto publicada nesta sexta-feira (11) mostra que a presidente Bachelet está com o seu menor nível de aprovação. O índice está agora em 22%. É o seu pior resultado nos dois mandatos.

O apoio à mandatária caiu sete pontos percentuais desde a última pesquisa, e a sua desaprovação subiu cinco pontos, alcançando 61%.

Em relação à confiança na atividade política, 41% afirmam ter pouca confiança e 47% dizem não ter nenhuma confiança na política.

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