A China criticou o Dalai Lama nesta terça-feira por não ter condenado uma série de autoimolações de monges protestando por liberdade religiosa em partes tibetanas da China, chamando sua posição de violação dos princípios budistas.
Desde março, sete homens jovens em partes etnicamente tibetanas da província de Sichuan, no sudoeste da China, atearam fogo em si mesmos em oposição aos controles religiosos de Pequim, que rotula o Dalai Lama, líder espiritual deles, como um separatista violento. O Dalai Lama vive exilado na Índia.
Acredita-se que pelo menos três dos sete monges que atearam fogo em si mesmos desde março estejam mortos.
"Após os incidentes, os seguidores do Dalai Lama não condenaram esse comportamento extremo, e, na verdade, abertamente enalteceram e apoiaram, e até mesmo pediram a todos os tipos de pessoas que seguissem o exemplo", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China Liu Weimin a repórteres em uma coletiva.
"Acreditamos que a adoção desses meios que causam danos aos monges para buscar um objetivo separatista é um comportamento terrorista violento mascarado que viola as normas morais e a doutrina budista, incluindo ensinamentos do budismo tibetano", disse Liu.
Os jovens que recentemente atearem fogo em si mesmos foram Choepel, 19, e Khayang, 18, ex-monges budistas do mosteiro Kirti, na cidade de Aba, em Sichuan, informou na sexta-feira o grupo Free Tibet, sediado em Londres, citando fontes na área.
No início da semana passada, um monge tibetano se incendiou em um mercado perto do mosteiro na província, que fica próximo ao que a China chama de Região Autônoma do Tibete.
Em agosto, a China prendeu três monges pelo envolvimento em março na autoimolação de outro monge chamado Phuntsog, o que levou à repressão e a detenção por um mês de cerca de 300 monges tibetanos.
Liu disse que as atividades religiosas nas regiões tibetanas autônomas da China estão sendo "conduzidas normalmente" e reiterou a política do país de controlar as atividades religiosas "segundo a lei para manter a ordem social e religiosa normal".
A China governa o Tibete com mão de ferro desde que as tropas comunistas tomaram a região em 1950. O governo chinês e o Prêmio Nobel da Paz Dalai Lama - que diz que quer autonomia e não a independência do Tibete - discutiram recentemente sobre o que deve acontecer quando ele morrer.
A China diz que ele tem de "reencarnar", mas o Dalai Lama tem questionado se esta tradição deve continuar. O Dalai Lama vive em exílio na Índia.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano