A China expressou hoje sua "firme oposição" a qualquer encontro entre funcionários estrangeiros e o dalai-lama. Altos funcionários da administração Barack Obama se reuniram na segunda-feira (14) com o líder espiritual tibetano na Índia. "A posição da China sobre os temas relacionados ao Tibete é muito clara", disse um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores. "Nós nos opomos a qualquer encontro de funcionário estrangeiro com o dalai-lama." De acordo com o porta-voz, os Estados Unidos sabem bem qual é a posição chinesa sobre a questão.
Três altos funcionários do governo de Obama, entre eles a assessora da Casa Branca Valerie Jarrett, se encontraram com o dalai-lama na cidade de Dharamshala, no norte indiano. Um comunicado do governo tibetano no exílio informou sobre o fato, apontando que foram discutidas formas de Washington "auxiliar na resolução da questão tibetana". O texto afirmava ainda que o dalai-lama estava "ansioso" para se encontrar com Obama em novembro, após uma viagem marcada do norte-americano para a China.
Pequim considera o dalai-lama um "separatista", apesar das seguidas declarações do líder religioso de que busca mais autonomia - e não a independência do Tibete. O regime chinês aumentou a pressão nos últimos meses para que líderes mundiais não se encontrem com o prêmio Nobel da Paz. Caso o encontro entre Obama e o dalai-lama ocorra, a China deve demonstrar firme desagrado, inclusive podendo causar prejuízos às relações bilaterais.