A China disse nesta sexta-feira ter "sérias restrições" a respeito da decisão da ONU que estabelece uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, mas evitou vetar tal resolução atendendo a pedidos de países árabes e africanos.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou na noite de quinta-feira uma resolução que impõe a zona de exclusão aérea a fim de impedir que o regime de Muammar Gaddafi use sua aviação para bombardear rebeldes e civis. O texto autoriza também "todas as medidas necessárias" -- ou seja, o uso da força militar -- para proteger os civis.
A medida teve o voto favorável de 10 dos 15 países do Conselho. Rússia, China (ambas com poder de veto), Alemanha, Índia e Brasil se abstiveram.
Desde o início da onda de rebeliões no mundo árabe, a China evita um envolvimento mais profundo, e agora demonstra pouco apetite em transformar uma situação regional em motivo de atrito com os EUA.
Em nota divulgada no site da chancelaria, Jiang disse que o Conselho de Segurança deve tentar "resolver a atual crise líbia pelo diálogo e por outros meios pacíficos". "Nós nos opomos ao uso da força armada nas relações internacionais, e temos sérias restrições sobre alguns dos conteúdos da resolução", acrescentou.
A resolução pode levar a uma dramática ampliação do envolvimento internacional na rebelião da Líbia, iniciada há um mês. A China habitualmente se opõe à intervenção internacional em conflitos armados internos de outros países.
Na sede da ONU, em Nova York, diplomatas russos e chineses disseram que os patrocinadores da resolução não conseguiram explicar adequadamente como a zona de exclusão aérea iria funcionar e quais seriam as regras de envolvimento em combates.
A Liga Árabe era favorável à imposição da zona de exclusão aérea, e Jiang deixou claro que isso pesou na decisão chinesa de se abster em vez de vetar a resolução.
"Em vista das preocupações e da postura dos países árabes e da União Africana, e das circunstâncias especiais que se aplicam atualmente à Líbia, a China e outros países se abstiveram, e não bloquearam a aprovação da resolução", afirmou a porta-voz.
Diplomatas da ONU disseram que Emirados Árabes Unidos, Catar, Arábia Saudita e Jordânia são países árabes que pareceram dispostos a participar da implementação da zona de exclusão aérea.
Em fevereiro, a China participou da aprovação unânime no Conselho de uma resolução que impunha um embargo de armas e outras sanções a Gaddafi e a outras 15 pessoas ligadas ao seu regime.
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