A China detectou um novo foco de gripe aviária em animais, a Croácia confirmou a presença do vírus em cisnes selvagens e a Índia está testando amostras de dez pássaros migratórios mortos nesta quarta-feira. Enquanto isso, a Ilha de Reunião, no Oceano Índico, está com três suspeitas de pessoas com a gripe aviária.

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A confirmação da chegada do vírus H5N1 aos cisnes da Croácia, na quarta-feira, aumentou a presença da doença na Europa. A gripe aviária surgiu na Coréia do Sul há dois anos, e nos últimos meses se alastrou para a Turquia, Romênia e Rússia. A Alemanha e a Grécia também estão examinando aves mortas.

A Ásia também sofre com uma onda de novos casos. Nesse continente, 62 pessoas já morreram depois de manter contato próximo com aves contaminadas. Os especialistas afirmam que o vírus parece ter mais fora durante o inverno do Hemisfério Norte, que começa em dezembro.

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Os cientistas acreditam que aves migratórias que fogem do frio em direção ao sul estão espalhando a doença pelo mundo. E governos do mundo todo monitoram com ansiedade suas fronteiras para fazer exames em aves.

No terceiro caso de H5N1 na China desde a semana passada, centenas de galinhas e patos morreram num vilarejo da província de Hunan, na região central do país. Pequim notificou a ONU (Organização das Nações Unidas) na terça-feira, segundo uma nota no site da Organização Mundial para a Saúde Animal.

- Embora casos de gripe aviária tenham sido detectados em alguns vilarejos de cinco províncias, por causa das aves migratórias, a situação como um todo está sob controle. Não há casos humanos - disse o ministro da Saúde, Gao Qiang, segundo a agência Xinhua.

A China anunciou um novo foco da doença em gansos na província de Anhui, na terça-feira, e disse que ali também o caso estava controlado.

Gao disse que o país, onde bilhões de aves vivem próximo às casas dos agricultores, está monitorando de perto e com transparência o problema, adotando medidas rígidas de quarentena.

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Na Índia, as autoridades tentavam determinar o motivo da morte de dez aves migratórias em Bengala Ocidental. Também havia informações sobre a morte de cerca de 40 filhotes de cegonha em um dos cinco santuários de aves do Estado, mas as autoridades disseram que os animais podem ter morrido ao cair dos ninhos durante uma tempestade.

O ministro da Saúde, Anbumani Ramadoss, disse que a Índia não tem nenhum caso confirmado de gripe aviária, e que os 10 mil exames realizados até agora deram negativo.

Com a chegada de milhares de novos animais nas próximas semanas, Nova Délhi está se preparando para novos casos e vai estocar a droga antiviral Tamiflu, disse ele, acrescentando que a Índia pode obrigar os laboratórios locais a fabricar o remédio em caso de emergência.

As autoridades da ilha francesa de Reunião disseram nesta quarta-feira que há três casos suspeitos de gripe aviária entre turistas que chegaram recentemente da Tailândia.

- Hoje temos três casos suspeitos de gripe aviária na ilha de Reunião - disse o ministro da Saúde francês, Xavier Bertrand, a jornalistas.

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- Essas três pessoas viajaram à Tailândia e ali visitaram um aviário, onde entraram em contato com os animais. Testes iniciais foram realizados e o resultado foi positivo (para a gripe aviária) - disse.

Autoridades em Reunião disseram que dois testes foram realizados no primeiro paciente, um homem de 43 anos, para o vírus H5N1, e mostraram resultados diferentes: o primeiro foi incerto, e o segundo, positivo.

O homem foi internado no sábado em um hospital local com sinais de fraqueza e dores de cabeça fortes. O teste para o vírus da gripe aviária foi feito na segunda-feira, depois que ele começou a tossir. O homem passou uma semana na Tailândia em um grupo de 20 turistas.

O abate em massa de aves nas áreas afetadas é uma das medidas preventivas. A Croácia já matou pelo menos 27 mil animais.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que o H5N1 já infectou 121 pessoas em quatro países do Sudeste Asiático, causando a morte de 50% das vítimas. A maioria delas pegou a doença de aves doentes ou das fezes dos animais.

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O grande temor dos cientistas é que o vírus H5N1 sofra mutação e passe a se transmitir com facilidade de pessoa para pessoa, dando início a uma pandemia que poderia matar milhões de pessoas e devastar a economia global, como já aconteceu em 1918, com a chamada gripe espanhola.

Por enquanto tal mutação não ocorreu, e é difícil pegar esse tipo de gripe. A Comissão Européia afirmou que os consumidores não correm perigo ao consumir ovos ou carne de frango, mas a preocupação com a doença reduziu a demanda.

Os especialistas dizem que, seguindo os padrões históricos, já está na hora de o mundo sofrer uma nova pandemia de influenza. Elas costumam aparecer mais ou menos a cada três décadas. As últimas, além da de 1918, que matou até 40 milhões de pessoas, aconteceram em 1957 e em 1968.

Se as aves migratórias estiverem mesmo espalhando a doença, a África e as Américas podem esperar a ocorrência de casos. Os cientistas estão mais preocupados com a monitoração do vírus na África, onde há infra-estrutura limitada.

Na Tailândia, onde 13 pessoas já morreram de gripe aviária, o governo reativou a rede de quase 1 milhão de monitores para tentar impedir que a doença se alastre. Novos focos foram confirmados em animais de cinco províncias.

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