A China rechaçou nesta terça-feira (14) a acusação da Turquia de que houve genocídio na região muçulmana em Xinjiang, noroeste do país, onde conflitos étnicos causaram pelo menos 186 mortes.

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No pior incidente étnico em Xinjiang em décadas, os uigures atacaram os han no dia 5 de julho na capital Urumqi após a polícia ter tentado impedir um protesto contra ataques em uma fábrica de trabalhadores uigures no sul da China.

Os chineses han lançaram um contra-ataque dois dias depois.

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O primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, disse na semana passada que ocorreu um genocídio em Xinjiang e pediu que as autoridades chinesas interviessem no conflito.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Qin Gang, disse nesta terça-feira que a acusação de genocídio simplesmente não fazia sentido. A maioria das pessoas que morreu nos conflitos era han e durante as últimas décadas o povo uigur cresceu muito em Xinjiang, ele disse.

"Em qual país isto pode ser chamado de genocídio?", disse Qin em entrevista.

"Nós esperamos que nossos irmãos muçulmanos possam enxergar a realidade do incidente do dia 5 de julho em Urumqi. Assim que souberem a verdade, eles podem apoiar nossas políticas étnicas e religiosas e as medidas que o governo chinês tem tomado para lidar com o incidente."

O ministro das Relações Exteriores da China, Yang Jiechi, disse a seu colega turco pelo telefone no domingo que os conflitos em Urumqi eram um sério crime orquestrado por "três forças do mal", informou a agência de notícias Xinhua, referindo-se ao extremismo, separatismo e terrorismo.

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Em uma manchete editorial "Não distorça os fatos", o jornal de língua inglesa "hina Daily" disse que o fato de 137 de 184 vítimas serem han "traduz a extensão da natureza do evento".

O número de mortos inclui 46 uigures, um povo de origem turca que é em sua maioria muçulmano e divide laços linguísticos e culturais com a Ásia Central.

O jornal pediu a Erdogan para "retirar seus comentários... que interferem nos assuntos internos da China".