A Coreia do Norte realizou seu terceiro teste nuclear nesta terça-feira (12), desafiando as atuais resoluções das Nações Unidas e sendo condenada por todo o mundo, inclusive por sua única aliada importante, a China.
A Coreia do Norte disse que o teste foi um ato de defesa contra a "hostilidade dos Estados Unidos" e ameaçou novas medidas mais fortes, se necessário.
Segundo a Coreia do Norte, o teste teve "maior força explosiva" do que os de 2006 e 2009.
"Se os EUA continuarem hostis e complicarem a situação, seremos forçados a tomar ações mais duras", teria dito um porta-voz não identificado do Ministério das Relações Exteriores norte-coreano, que atua como voz oficial de Pyongyang para o mundo exterior, segundo a agência estatal de notícias KCNA.
O líder norte-coreano Kim Jong-un, o terceiro de sua linha para governar o país, acompanhou dois lançamentos de foguetes de longo alcance e um teste nuclear durante o seu primeiro ano no poder.
A China, que tem mostrado sinais de irritação crescente com o tom belicoso recente da Coreia do Norte, convocou o embaixador norte-coreano em Pequim e protestou com firmeza, disse o Ministério das Relações Exteriores.
O ministro chinês das Relações Exteriores, Yang Jiechi, disse que a China está "fortemente insatisfeita e tem resoluta oposição" ao teste, e pediu que a Coreia do Norte "pare qualquer retórica ou atos que possam agravar a situação e volte ao caminho certo de diálogo e consulta o mais rápido possível".
A China é um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
O presidente dos EUA, Barack Obama, classificou o teste de um "ato altamente provocativo" que fere a estabilidade regional. Ele pressionou por novas sanções contra a Coreia do Norte. "Os EUA continuarão a tomar as medidas necessárias para defender a nós mesmos e nossos aliados", disse Obama em um comunicado.
O Conselho de Segurança se reunirá ainda nesta terça-feira para discutir sua reação ao teste, apesar de a Coreia do Norte já ser um dos países com mais sanções do mundo e ter poucas relações econômicas externas.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que o teste é uma "ameaça grave" que não pode ser tolerada. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o teste era uma "violação clara e grave" das resoluções do Conselho de Segurança.
O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, exortou a Coreia do Norte a abandonar seu programa de armas nucleares e voltar às negociações. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) condenou o teste como um "ato irresponsável" que representa uma grave ameaça à paz mundial.
Washington acredita que o objetivo final da Coreia do Norte é a concepção de um míssil balístico intercontinental capaz de transportar uma ogiva nuclear que poderia atingir os EUA. A Coreia do Norte diz que o programa é destinado apenas a colocação de satélites no espaço.
Apesar dos três testes nucleares e dos foguetes de longo alcance, não se acredita que a Coreia do Norte esteja perto de fabricar um míssil nuclear capaz de atingir os EUA.
A agência sul-coreana de notícias Yonhap disse que Pyongyang havia informado a China e os EUA de seus planos de fazer o teste nuclear na segunda-feira, mas a informação não pôde ser confirmada.
- Conselho Atlântico condena o "irresponsável" teste nuclear norte-coreano
- Rússia condena teste nuclear norte-coreano e pede reação internacional
- AIEA adverte que Coreia do Norte violou resoluções da ONU
- Obama define como "altamente provocativo" teste nuclear norte-coreano
- Reino Unido condena teste nuclear da Coreia do Norte
- Seul classifica teste nuclear norte-coreano de "ameaça inaceitável"
- Japão diz que teste nuclear norte-coreano é "lamentável"
- Coreia do Norte confirma ter realizado seu terceiro teste nuclear