A China, que tem sido contrária a novas sanções internacionais contra o Irã por causa do programa nuclear de Teerã, deu mostras de estar disposta a considerar as sanções propostas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira, disseram dois funcionários norte-americanos. Diplomatas dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança - Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, China, Rússia - e da Alemanha realizaram uma conferência telefônica nesta quarta-feira para discutir o assunto.

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"Estamos num período de intenso engajamento diplomático sobre a questão e este contato está neste contexto", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner.

A China ocupa uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, tendo portanto poder de veto sobre as decisões do órgão e a capacidade de barrar uma nova sanção ao Irã.

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A decisão pode melhorar as perspectivas de aprovação de um resolução com o objetivo de pressionar o Irã a reduzir suas ambições nucleares, que Teerã insiste são limitadas ao desenvolvimento de energia nuclear para propósitos pacíficos.

A discussão aconteceu uma semana depois de uma conferência telefônica similar da qual a China participou, após semanas de conversações estagnadas.

O presidente Barack Obama disse na terça-feira que esperava a aprovação das sanções contra o Irã no prazo de algumas semanas, o que parecia um tanto ambicioso, tendo em vista a relutância da China em sequer discutir sanções específicas.

Nesta quarta-feira, porém, dois funcionários norte-americanos disseram que numa ligação telefônica entre autoridades dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e da Alemanha, o representante chinês disse que seu país estava preparado para discutir condições específicas para potenciais sanções.

Os funcionários falaram em condição de anonimato. Um deles disse que a China se comprometeu a discutir os detalhes de uma resolução do Conselho de Segurança e que, com base nisso, os Estados Unidos continuariam a fazer pressão para a aprovação de tal resolução. Os funcionários lembraram que isso não significa que há um amplo consenso sobre as sanções propostas pela ONU.

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O governo Obama espera aprovar a resolução até o final de abril. A secretária de Estado Hillary Clinton não falou publicamente sobre uma agenda específica, mas nos últimos dias ela parece mais otimista sobre as chances de conseguir que a China concorde que novas penalidades são necessárias para pressionar o Irã.

O Conselho de Segurança já aprovou três rodadas de sanções contra a República Islâmica por causa de sua recusa em paralisar seu enriquecimento de urânio.

Visita

O principal negociador do programa nuclear do Irã, Saeed Jalili, visitará a China nesta quinta-feira. Os dois lados devem discutir o programa nuclear do país persa, no momento em que Pequim resiste à pressão internacional por novas sanções contra Teerã.

A agência estatal Irna informou que Jalili se encontrará com altos funcionários chineses e terá "conversas bilaterais e discutirá a questão nuclear".

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A visita de Jalili ocorrerá após um pedido de chanceleres do Grupo dos 8 (G-8), na terça-feira, para que aumente a pressão sobre o Irã para que o país interrompa seu programa nuclear. O presidente dos EUA, Barack Obama, aumentou a pressão ao dizer, na terça-feira, que espera impor novas sanções ao Irã em semanas Washington, porém, não conta ainda com o apoio de todas as partes para isso.