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visita a cuba

Chuva e segurança forte encolhem recepção a Obama nas ruas de Havana

Família acompanha pela TV chegada do presidente | Rodrigo Arangua/AFP
Família acompanha pela TV chegada do presidente (Foto: Rodrigo Arangua/AFP)

E onde está Obama?

A chuva e um asfixiante dispositivo de segurança que esvaziou as ruas de Havana impediram que a maioria dos cubanos conseguisse ver o presidente dos Estados Unidos em seu primeiro dia na ilha.

“Quero encontrar e escutar em primeira mão o povo cubano”, escreveu Barack Obama no Twitter pouco depois de aterrissar em Havana, onde ficará até esta terça-feira (22).

Passadas as primeiras horas de sua visita, os cubanos não haviam encontrado nem ouvido o chefe de Estado que propiciou a aproximação com Cuba após mais de meio século de rivalidade.

“Pelo menos vimos a ‘besta’“, se conformou Mirta Morera, de 67 anos, diretora da empresa Transtur, quando a limousine presidencial chegou pela avenida que margeia a costa de Havana.

Morera e um grupo de pessoas, que não chegavam a 200, se reuniram no Malecón de frente para a embaixada americana, reaberta em agosto de 2015, para tentar pelo menos contato visual com Obama. A tentativa não deu certo.

Obama chegou em uma tarde chuvosa, incomum nesta época do ano, e sua caravana passou rapidamente.

“O clima pode estar contra e prejudicar seu passeio, mas nós cubanos somos a favor dessa visita porque dará um impulso a essa nova relação”, afirmou Daynei Abreu, de 29 anos, dona de alguns negócios situados próximo à embaixada.

Obama, sua esposa Michelle e suas duas filhas Sasha e Malia chegaram às 22h GMT (17 horas local) em Havana Velha para conhecer o centro histórico da capital cubana.

Desde cedo a segurança exerceu um controle tão severo que acabou impedindo ou desestimulando os cubanos a sair em massa para saudar Obama.

A nada menos do que 50 metros do local visitado pelo presidente, as pessoas enfrentavam a chuva e os controles de segurança em meio a uma nuvem de guarda-chuvas para avistá-lo. A maioria era turistas estrangeiros.

“Acho que me deixaram ficar aqui porque, com a minha mochila, me confundiram com um turista”, disse Ariel Hernández, engenheiro civil de 42 anos, um dos poucos cubanos no local. “Desde que eu era criança ouvia a historia da revolução, que foi na verdade a que história contra os Estados Unidos”, comentou. “É realmente um momento histórico”, contou.

Na terça-feira, Obama deverá discursar para o povo cubano no Gran Teatro de La Habana. O evento será transmitido ao vivo pela televisão cubana. No mesmo dia, ele assistirá a uma partida de beisebol. O acesso será restrito em ambos os casos.

Amarilis Sosa e seu marido Antonio Álvarez viram a chegada do presidente dos Estados Unidos pela televisão, em sua casa no bairro Vedado.

“É um momento que todos os cubanos não esperavam, mas, veja, o temos aqui em Cuba”, comentou Sosa. Sobre seu televisão, um retrato de Che Guevara, um dos heróis da revolução.

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