A cidade de Aleppo, centro econômico da Síria, se transformou nesta quinta-feira (26) no principal campo de batalha entre as tropas governamentais e os rebeldes, que asseguraram controlar quase a metade dos bairros da cidade.
Com intenção de recuperar as zonas que estão em mãos da insurgência, o regime de Bashar al Assad enviou reforços militares à cidade setentrional e também endureceu sua ofensiva contra várias províncias, fato que voltou a causar a morte de mais de 100 pessoas no país, segundo a oposição.
Em Aleppo, a segunda cidade do país, os combates se desenvolveram principalmente ao redor dos distritos sob domínio rebelde, entre eles Al Sukari e Salah ad-Din, que também foram atingidos por bombardeios.
Segundo uma testemunha, que se identificou como Wed Al-Hayat, a avião militar do regime bombardeou o bairro de Al Mashhad, enquanto helicópteros militares sobrevoam constantemente a área de Salah ad-Din.
Al-Hayat, que mora em Aleppo, disse à Agência Efe pela internet que há franco-atiradores apostados em alguns colégios e no edifício da rádio local. Segundo a fonte, muitos habitantes de Al Mashhad já se deslocaram para lugares mais seguros, a maioria para as residências estudantis da Universidade da cidade.
Nesse sentido, Majid Abdelnur, coordenador da rede opositora Sham em Aleppo, indicou que os bombardeios e os combates provocaram "um grande deslocamento da população", enquanto os reforços militares do regime continuam chegando à cidade.
Depois que os confrontos praticamente arruinaram a capital Damasco em meados de julho, a luta entre as forças governamentais e os rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS) se estendeu há uma semana para Aleppo.
No último sábado, o ELS anunciou o início de "uma operação para a libertação de Aleppo", sendo que o comandante-em-chefe dos rebeldes em Aleppo, o coronel Abdulyabar Akidi, confirmou hoje à Agência Efe que os insurgentes já dominam "quase a metade da cidade".
O coronel rebelde também assinalou que seus combatentes controlam todas as delegacias de polícia localizadas nos bairros sob seu comando, assim como um centro logístico utilizado pelo Exército de Assad para armazenar alimentos.
Devido à ofensiva lançada contra esta cidade, os habitantes de Aleppo sofrem com a falta de alimento de primeira necessidade, lamentou o coronel, que também denunciou a ausência de hospitais e materiais para tratar os feridos.
Além da violência, as últimas deserções têm deixado em alerta o regime de Assad, que hoje acusou os "países árabes" de encorajá-las. Ontem, o embaixador sírio nos Emirados Árabes Unidos, Abdelatif al Dabbagh, abandonou seu cargo e se uniu às fileiras opositoras, assim como sua esposa Lamia al Hariri, que trabalhava como representante diplomática no Chipre.
O conflito cresce a cada dia na Síria independente da presença da missão de observadores UNSMIS e do subsecretário-geral para Operações de Paz da ONU, o francês Hervé Ladsous.
Ladsous, junto ao novo chefe da UNSMIS, o senegalês Babacar Gaye, se reuniu hoje com o ministro sírio de Reconciliação Nacional, Ali Haidar, em uma nova tentativa para retomar o trabalho do contingente de observadores, que foi reduzido pela metade após a deterioração da segurança no país.
Enquanto isso, a principal coalizão da oposição síria no exílio, o Conselho Nacional Sírio (CNS), reúne-se hoje e amanhã em Doha para efetuar uma reestruturação interna com o objetivo de acolher mais grupos opositores.
Conflito na Síria
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