O cientista sul-coreano que está sendo investigado por suspeita de fraudar um estudo sobre células-tronco contra-atacou nesta sexta-feira dizendo ter provas de que sua equipe produziu células-tronco compatíveis com pacientes específicos.
Em entrevista coletiva na Universidade Nacional de Seul, Hwang Woo-suk declarou que cinco células-tronco estão sendo descongeladas para análise. Ele espera o resultado em dez dias.
- Os seis integrantes de nossa equipe produziram 11 células-tronco e tudo confirmou isso - disse Hwang.
Algumas células foram contaminadas por fungos, e ele quer pedir uma investigação para descobrir se alguém teve contato com elas ou as substituiu.
- Quem, com qual intenção, faria uma coisa dessas? - disse. - Acho que isso precisa ser esclarecido.
A equipe de Hwang publicou um estudo sobre a criação de células-tronco compatíveis em maio na revista científica "Science". A descoberta é vital para tratar, por exemplo, lesões na coluna cervical.
Hwang disse que concordou com a retirada do estudo da "Science" por causa da controvérsia, apesar de não duvidar de suas descobertas. Segundo ele, outro estudo a ser publicado vai restaurar sua reputação.
A Universidade Nacional de Seul decidiu investigar Hwang, o principal cientista da área no país, depois que um colaborador dele afirmou à imprensa nesta quinta-feira que Hwang admitiu que partes do estudo haviam sido inventadas.
- Fiquei muito surpreso e envergonhado ao ver as reportagens - afirmou Hwang, de 53 anos.
Sua equipe publicou o primeiro estudo científico sobre a clonagem de embriões humanos em 2004 e, neste ano, fez o primeiro clone de um cachorro.
Hwang - figura carismática que já foi fotografada ao lado do filhote de cachorro clonado e mais recentemente retratada no hospital sofrendo de exaustão - começou a ser investigado em 24 de novembro, quando pediu desculpas a duas pesquisadoras que doaram óvulos para o trabalho, fato que não foi divulgado por ele antes.
Há dois meses, o presidente sul-coreano Roh Moo-hyun abriu um centro de células-tronco para colocar o país na linha de frente da pesquisa com clonagem.
- Tenho certeza de que ativistas contrários às células-tronco usarão isso para mostrar que existem problemas com esse tipo de pesquisa e que ela não está efetivamente regulamentada - disse David Winickoff, professor assistente de bioética na Universidade de Berkeley, na Califórnia.
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