Chanceler alemã, Angela Merkel, que é doutora em Física, acompanhou os testes desta quarta-feira no Wendelstein 7-X| Foto: BERND WUSTNECK/AFP

Cientistas alemães atingiram nesta quarta-feira (3) outro marco em sua pesquisa sobre energia limpa a partir de um processo chamado de fusão nuclear . Para isso, eles usaram hidrogênio em um reator capaz de obter uma grande quantidade de energia pela junção dos núcleos do elemento químico.

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A chanceler alemã, Angela Merkel, testemunhou o início deste novo teste -- após o lançamento em dezembro de testes com hélio. Desta vez, os físicos conseguiram que a colossal máquina Wendelstein 7-X superasse uma segunda etapa criando um plasma com hidrogênio.

No processo chamado de fusão nuclear, os átomos de determinado elemento são colocados sob alta pressão para que colidam e seus núcleos se juntem. É um processo diferente do que é usado hoje para produzir energia nuclear, que é o método de fissão -- em que o átomo é forçado a romper seu núcleo.

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A fusão nuclear é vista como o Santo Graal da energia. Isso porque o procedimento produz energia limpa, sem radiação, ao contrário da fissão, que é extremamente perigosa porque precisa de elementos instáveis e que liberam radiação.

A energia produzida pelo método de fusão é que ocorre naturalmente no coração do sol e na maioria das estrelas.

No método alemão, átomos de hidrogênio são submetidos a temperaturas de até 100 milhões de graus Celsius para exigir a fusão de seus núcleos. Isso gera uma quantidade colossal de energia.

A dificuldade até hoje é fazer com que a quantidade de energia gerada seja maior do que a exigida no processo, que é bem dispendioso. Quando isso ocorrer, em décadas, segundo especialistas, as usinas nucleares poderão substituir combustíveis fósseis ou a geração de energia hidrelétrica, por exemplo.

Vários países já entraram na corrida para a construção de um reator, como o projeto de Reator Experimental Internacional (Iter).

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O Iter, cuja sede está localizada no sul da França, construiu um tokamak, máquina em forma de anel que permite a fusão nuclear. Mas, penalizado por problemas técnicos e de custo, o Iter ainda tem de conduzir sua primeira experiência quase dez anos após o lançamento do projeto.