• Carregando...
Embora o tamanho e a distância do "El Gordo" sejam incomuns, os pesquisadores dizem que os novos resultados são, ainda assim, consistentes com a atual ideia de um Universo que começou com o Big Bang | Nasa
Embora o tamanho e a distância do "El Gordo" sejam incomuns, os pesquisadores dizem que os novos resultados são, ainda assim, consistentes com a atual ideia de um Universo que começou com o Big Bang| Foto: Nasa

Um gigantesco aglomerado de galáxias a 7 bilhões de anos-luz da Terra é a mais nova fonte de pistas para os cientistas tentarem compreender a natureza das misteriosas matéria e energia escuras, que comporiam mais de 95% de tudo que há no Universo. Identificado por astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO), ele é uma das maiores estruturas já descobertas no Cosmos e foi apelidado de "El Gordo".

Extremamente quente e jovem, o imenso aglomerado na verdade é composto por dois sub-aglomerados de galáxias que estão colidindo a uma velocidade de vários milhões de quilômetros por hora. De acordo com as teorias atuais, o processo de formação destes aglomerados a partir de grupos menores de galáxias que se unem depende muito da quantidade de matéria escura e energia escuras que estariam disponíveis no Universo naquele momento, o que faz de seu estudo importante para entender o que elas seriam.

"Este aglomerado tem mais massa, é mais quente e emite mais raios-X do que qualquer outro aglomerado encontrado a esta distância ou a distâncias ainda maiores", diz Felipe Menanteau, da Universidade Rutgers, e líder das pesquisas, apresentadas nesta terça-feira durante reunião da Sociedade Astronômica Americana.

"Dedicamos muito do nosso tempo de observação ao "El Gordo" e estou contente por termos conseguido descobrir este espantoso aglomerado em colisão."

A equipe de cientistas descobriu o "El Gordo" ao detectar uma distorção da radiação cósmica de fundo de micro-ondas. Este brilho tênue é um eco do Big Bang, a grande explosão que teria dado origem ao Universo há cerca de 13,7 bilhões de anos.

Esta radiação residual interage com os elétrons do gás quente dos aglomerados de galáxias, distorcendo o brilho da radiação de fundo visto a partir da Terra. Quanto maior e mais denso for o aglomerado, maior será este efeito, batizado "Sunyaev-Zel'dovich" em homenagem aos astrônomos russos que o previram nos ano 60.

"Aglomerados de galáxias gigantescos como este são exatamente o que estávamos procurando", conta Jack Hughes, integrante da equipe e também da Universidade Rutgers.

"Queremos ver se conseguimos compreender como se formam estes objetos tão extremos, utilizando os melhores modelos cosmológicos disponíveis hoje em dia."

Embora o tamanho e a distância do "El Gordo" sejam incomuns, os pesquisadores dizem que os novos resultados são, ainda assim, consistentes com a atual ideia de um Universo que começou com o Big Bang e que é essencialmente constituído por matéria escura e energia escura.

Ele teria se formado provavelmente de maneira semelhante ao aglomerado Bala, uma espetacular estrutura cósmica de galáxias em interação que está quase 4 bilhões de anos-luz mais próximo que o "El Gordo" da Terra.

Em ambos aglomerados há evidências de que a matéria normal, constituída principalmente por gás quente brilhando em raios-X, foi separada da matéria escura. Enquanto o gás quente da matéria normal é desacelerado pelo choque dos aglomerados, o mesmo não acontece com matéria escura.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]