Não bastasse o feito histórico de pousar um objeto na superfície de um cometa, o robô Philae trouxe outra revelação surpreendente aos cientistas: o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, onde a sonda foi instalada, emite uma "canção".
O pesquisador Karl-Heinz Glassmeier, da Agência Espacial Europeia, disse ao blog criado para a missão Rosetta (a sonda que lançou Philae) que o fenômeno é explicável em parte. Para os cientistas, o som é produzido de alguma forma pela atividade do cometa, à medida que ele lança partículas neutras no espaço. Essas partículas ficam carregadas eletricamente através de um processo chamado ionização. No entanto, o mecanismo físico exato que compôs a "música" ainda é um mistério.
"Isso é excitante porque é completamente novo para nós. Nós não esperávamos isso e ainda estamos trabalhando para entender o fenômeno físico que está ocorrendo", afirmou Karl-Heinz.
Para que o som fosse audível ao ouvido humano, os cientistas precisaram ampliar a frequência dele. O blog da Agência Espacial Europeia explica que as oscilações emitidas no campo magnético do cometa são entre 40 e 50 milihertz, muito aquém do que o ser humano consegue captar, entre 20 hertz e 20 kilohertz. Para tornar a música possível de ser apreciada, foi necessário que os cientistas ampliassem em torno de 10 mil vezes a frequência.
Ouça a "música" do cometa: