Repercussão
Para OMS, triagem de viajantes em aeroportos tem efeito limitado
Reuters
A triagem de passageiros em busca de casos suspeitos de ebola assim que eles chegam a outro país tem "efeito limitado" para combater a propagação do vírus, mas se acrescenta algo à triagem que já está sendo feita nos países afetados é uma decisão individual dos governos. A informação foi divulgada ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A declaração do Comitê de Emergência da OMS sobre o ebola ocorre um dia depois de os EUA terem afirmado que viajantes oriundos dos três países da África Ocidental no centro da epidemia precisam descer em um dos cinco aeroportos com estrutura para realizar uma investigação mais profunda em busca do vírus.
"A triagem na chegada pode ter um efeito limitado na propagação internacional quando combinada com a triagem de saída, e as suas vantagens e desvantagens precisam ser analisadas com cuidado," disse o comitê em comunicado oficial depois da terceira reunião.
Os passageiros já estão sendo examinados ao deixar Libéria, Serra Leoa e Guiné, uma medida crítica para reduzir a propagação do vírus, segundo a organização.
1.º
O Mali reportou ontem o primeiro caso confirmado de ebola, tornando-se o sexto país da África Ocidental atingido pelo surto da febre hemorrágica. O ministro da Saúde, Ousmane Kone, disse que o paciente é uma menina de dois anos que viajou à Guiné com a família.
4.877 pessoas morreram no pior surto de ebola jamais registrado e pelo menos 9.936 casos da doença foram contabilizados até o dia 19 de outubro, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mas o total real de mortos pode ser três vezes maior e chegar aos 15 mil.
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Cientistas vão começar a testar se o tratamento com anticorpos do sangue de sobreviventes do ebola pode ajudar pacientes infectados a combater a doença em um teste clínico na Guiné, marcado para o mês que vem. Se o teste tiver um bom desempenho, o chamado soro convalescente pode ter o uso ampliado rapidamente como uma intervenção de curto prazo, enquanto o trabalho continua no desenvolvimento de drogas e vacinas.
Um consórcio internacional de pesquisa liderado pelo Instituto de Medicina Tropical em Antuérpia, na Bélgica, está realizando o trabalho no país da África Ocidental que marcou o início do pior surto de ebola em março deste ano, depois de receber uma doação de 2,9 milhões de euros da União Europeia.
"O tratamento com sangue e plasma é uma intervenção médica com um longo histórico, usado de maneira segura em outras doenças infecciosas", disse ontem o coordenador do projeto, Johan van Griensven. "Queremos saber se essa abordagem funciona para o ebola, se é segura e se pode ser colocada em ação para reduzir o número de mortes no surto atual."
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu, no último mês, que fossem desenvolvidos projetos com o uso de produtos derivados do sangue de sobreviventes.
Plasma
O sangue e o plasma recuperados de pacientes com ebola já foi usado no passado, durante o surto de 1995 em Kikwit, na República Democrática do Congo, quando sete de oito pacientes que receberam o soro feito com o sangue sobreviveram.
Contudo, como o número de pacientes que receberam o tratamento com o soro é muito pequeno até hoje, ainda não está claro qual é a eficiência do tratamento.
Manhattan
Depois de ter tratado pacientes com ebola em Guiné, um médico americano de 33 anos voltou para Nova York com suspeita de ter contraído a doença. Ele foi levado a um hospital na ilha de Manhattan ontem, após ter ligado para a polícia alegando que sentia febre. O homem, cujo nome ainda não foi divulgado, foi posto em quarentena e está sendo observado.
R$ 77,6 milhões
A União Europeia arrecadou ontem mais 24,4 milhões de euros (R$ 77,6 milhões) para o fundo de combate ao vírus ebola. Os novos recursos devem ser direcionados para investimentos em pesquisas de uma vacina.
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