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Rostock, Alemanha – O clima de tensão entre os líderes-americanos e russos marcou a reunião de ontem do G8, na Alemanha. Em mais uma tentativa de aplacar a ira russa com relação ao plano americano de instalar um sistema de defesa antimísseis no Leste Europeu, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que não há necessidade de resposta militar do Kremlin.

"A Rússia não vai atacar a Europa porque os ocidentais não estão em guerra com a Rússia", disse Bush.

A declaração foi uma resposta à ameaça recente do presidente russo, Vladimir Putin, de apontar seus mísseis em direção a alvos europeus caso os EUA insistam na implantação do escudo antimísseis.

Ontem, no entanto, o porta-voz do Kremlin Dimitri Peskov tentou minimizar a tensão. Peskov disse que a Rússia não atacará necessariamente cidades européias em caso de ampliação do escudo antimísseis americano. "Moscou responderá de maneira totalmente eficiente para garantir sua segurança se os Estados Unidos concretizarem seu projeto de instalação de sistemas de defesa antimísseis na República Tcheca e na Polônia", declarou.

A Casa Branca já mencionou o Irã e a Coréia do Norte como possíveis ameaças que o sistema de defesa deteria, mas Moscou afirma que não há uma ameaça concreta por parte destes países. Para o conselheiro de segurança da Casa Branca Stephen Hadley, "não se trata de uma ameaça imediata". "É uma ameaça para a qual temos que nos preparar, e isso leva tempo", afirmou.

A Rússia rejeita o plano por temer que o escudo torne mais vulnerável a capacidade militar russa, já em declínio nos últimos anos. Um encontro que deve ocorrer entre Putin e Bush na tarde de hoje deverá servir também para diminuir a tensão provocada pelas críticas mútuas entre os dois governos. Os EUA afirmam que a democracia e os direitos humanos "retrocederam" na Rússia nos últimos anos, e a Rússia considerou que os EUA estão provocando uma nova corrida armamentista.

O governo russo fez um pedido ontem a Bush para não usar suas preocupações democráticas como pretexto para interferir na política do país. "Discordaríamos das preocupações a respeito do chamado recuo da democracia", disse o porta-voz do governo russo. "Não daríamos as boas-vindas a qualquer intenção por parte dos EUA em interferir nas eleições russas. Consideramos isso um assunto doméstico da Rússia", acrescentou Peskov.

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