Ataques aéreos conduzidos por uma coalizão liderada pelos EUA atingiram alvos do Estado Islâmico nas proximidades da cidade de Kobani, na Síria, segundo autoridades locais.
Idres Nassan, vice-primeiro-ministro do governo local de Kobani, afirmou que nesta manhã foram cinco ataques aéreos. A operação não foi confirmada, mas segundo o Centro de Comando dos militares norte-americanos, a coalizão conduziu cerca de 50 ataques aéreos desde segunda-feira. Somente na sexta-feira e no sábado foram seis ataques.
Kobani, cidade síria de maioria curda na fronteira com a Turquia é o foco mais recente das investidas do Estado Islâmico, que desde maio captura territórios na Síria e no Iraque. Apesar do apoio da coalizão, oficiais turcos e norte-americanos alertaram nos últimos dias que Kobani estava próxima de ser capturada pelo Estado Islâmico.
Embora a maioria dos civis tenham fugido da região para a Turquia, o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de Mistura, alertou que ainda há cerca de 700 civis morando na cidade, incluindo idosos. "Alguns são muito pobres e não sabem como sobreviveriam na Turquia, onde o governo está relutante em ajudá-los", afirmou. O enviado insistiu que a Turquia abra um corredor humanitário para ajudar mais pessoas a fugirem.
Ontem, a Turquia permitiu que forças especiais dos EUA e da Turquia façam o treinamento de cerca de duas mil tropas de oposição da Síria em solo turco. O objetivo é fortalecer as forças contra o regime de Bashar Assad e o Estado Islâmico, e não especificamente apoiar os curdos na crise de Kobani.
A percepção de que o governo turco não está fazendo o suficiente para salvar Kobani tem motivado uma série de protestos. Segundo a agência estatal de notícias Anadolu, 37 pessoas morreram em cinco dias de manifestações. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan disse ontem que os manifestantes querem levar o país de volta ao caos após os protestos no Parque Gezi do ano passado.
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