A intervenção das forças da coalizão na Líbia entrou em nova fase. Uma vez neutralizados os aviões, baterias antiaéreas e sistemas de radar do regime de Muamar Kadafi, a operação evoluiu de zona de exclusão aérea para zona de exclusão terrestre. Os bombardeios concentram-se em desfazer o cerco de tanques e de baterias de foguetes do regime em torno das cidades controladas pelos rebeldes e em cortar as linhas de suprimento das forças leais a Kadafi.
No primeiro incidente do gênero, caças franceses destruíram nesta quinta-feira (24) um pequeno avião líbio que havia violado a zona de exclusão aérea perto de Misrata, a terceira cidade do país, com 450 mil habitantes. Enquanto continuavam disparando mísseis contra alvos militares em Trípoli, os aliados estenderam as operações para os arredores de Misrata e também para as cidades que dão acesso a Zintan, 120 km ao sul da capital, e Ajdabiya, 160 km a oeste de Benghazi, a "capital rebelde".
Essas são as três cidades mais castigadas pela artilharia de Kadafi, que as deixou semidestruídas, sem água e eletricidade. Até hospitais foram alvejados. Moradores de Misrata disseram nesta quinta-feira que os tanques e foguetes tinham parado de atacar a cidade mas franco-atiradores continuavam atuando.
Aparentemente, os bombardeios das forças da coalizão serviram de cobertura para os combatentes rebeldes. O coronel-aviador Ahmed Omar Bani, novo porta-voz do comando militar rebelde, afirmou que 22 dos 39 tanques que cercavam Misrata foram destruídos com granadas propelidas por foguetes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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