Moradores do maior assentamento judaico da Cisjordânia ocupada pretendem votar no próximo dia 10 em políticos de direita que prometem defender as colônias, conter os ataques de militantes e adotar uma linha-dura contra os palestinos.
As pesquisas até o momento de fato indicam a vitória do líder oposicionista de direita Benjamin Netanyahu na disputa da próxima terça-feira (10) pelo cargo de premiê, além de um bom desempenho de outro político direitista, Avigdor Lieberman.
Netanyahu, que já foi primeiro-ministro, defende a tese de que a paz com os palestinos será mais viável se a ênfase for no fortalecimento econômico deles, e não na criação de um Estado independente.
"Esperamos que Netanyahu vença", disse Dina Timshin, gerente de um supermercado em Ariel, assentamento judaico com cerca de 20 mil habitantes no coração da Cisjordânia. "O mundo gosta dos árabes, o mundo inteiro está protegendo os árabes."
A pressão internacional ajudou no mês passado a encerrar a ofensiva militar israelense de 22 dias contra a Faixa de Gaza, que deixou cerca de 1.300 palestinos mortos, sendo pelo menos 700 civis. No mesmo período, Israel teve 13 mortos, sendo 3 civis.
Em Ariel, grande parte da comunidade russófona, majoritária, apóia Lieberman, ele próprio um imigrante da ex-União Soviética. Seu partido Yisrael Beitenu (Israel É o Nosso Lar) está dominado por russófonos com pouca paciência para as queixas dos palestinos.
"Netanyahu só quer saber de dinheiro. Lieberman será como Stálin em lidar com os árabes", disse Ira Isacov, sapateiro que há 14 anos migrou para o Oriente Médio. "Stálin, Lênin e Lieberman - são homens fortes. Netanyahu é fraco."
Lieberman quer aprovar uma lei que exigiria que os cidadãos israelenses assinem uma "promessa de lealdade ao Estado judeu", ficando do contrário impedidos de votar ou ocupar cargos públicos -- o que deveria afetar principalmente a população árabe de Israel. Ele também fala em "transferir" cidades árabe-israelenses para um futuro Estado palestino, e em anexar alguns assentamentos da Cisjordânia a Israel.
Analistas atribuem a crescente popularidade de Lieberman ao temor de muitos israelenses de que um Estado palestino na Cisjordânia acabe sendo controlado pelo grupo islâmico Hamas, a exemplo do que já acontece com a Faixa de Gaza.
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