Líderes fizeram história com discursos da ONU| Foto:

Nova bandeira da Líbia é hasteada na ONU

A Líbia recebeu ontem nova bandeira na sede das Nações Unidas, em Nova York, e a queda do ditador Muamar Kadafi foi elogiada por diversos líderes globais, in­­clusive o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e o presidente norte-americano, Barack Obama.

O país voltou a usar bandeira que durou de 1951 até 1977, quando Kadafi a substituiu por uma toda verde.

As lideranças mundiais prometeram ainda colaborar com o Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio na reconstrução do país.

Ban afirmou que o Conselho de Segurança ajudou a proteger a população líbia da violência e que "agora precisa uma vez mais responder com igual velocidade e decisão – desta vez para consolidar a paz e a democracia".

As ações da ONU no país, porém, não foram consenso no organismo nem mesmo na época da decisão, em março.

Cinco países do Conselho de Segurança, entre eles, o Brasil, se abstiveram da votação que criou a zona de exclusão aérea no país.

"A Líbia é uma lição sobre o que a comunidade internacional pode atingir quando agimos como se fôssemos um só", disse Obama no encontro da ONU de apoio ao governo de transição.

Segundo ele, "não podemos nem devemos intervir sempre que houver uma injustiça no mundo", mas "há momentos em que o mundo poderia e deveria ter unido a vontade para impedir a morte de inocentes em escala horrorosa".

Para Obama, o regime de Kadafi chegou ao fim e seus se­­guidores devem abandonar as armas e se unir "à nova Líbia".

O governo de transição líbio ainda tem a tarefa de derrotar em diversas cidades as forças leais a Kadafi, além de realizar eleições, unir o país e redigir uma nova Constituição para o país.

Folhapress

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Dilma Rousseff conversa com Obama na sede da ONU, em Nova York, durante o lançamento do programa Governo Aberto, voltado à transparência orçamentária, ao acesso público à informação e participação social
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Na véspera de seu esperado discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, a presidente Dilma Roussef defendeu ontem, durante encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama, a ação coordenada dos países contra a crise econômica global e elogiou o programa dos EUA para estimular a criação de empregos no país.

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Dilma também falou a Obama sobre o desequilíbrio comercial entre os países e demonstrou preocupação com a crise europeia.

O governo do Brasil viu com bons olhos o anúncio feito ontem por Obama de reforma tributária. O presidente norte-americano condenou subsídios agrícolas, tema de interesse do Brasil.

Segundo a administração Dil­­ma, a alegação de que subsídios não são meios legítimos para in­­tervenção na economia poderá ser usada em pleitos brasileiros com negociadores dos EUA.

Na abertura do debate geral da Assembleia Geral da ONU hoje, Dilma deve mencionar no discurso a situação econômica global.

Ela deve dizer que a instabilidade econômica atual não pode prejudicar o desenvolvimento de projetos que ajudaram países a avançar. Dilma será a primeira mulher na história a abrir o evento. Tra­­dicionalmente, cabe ao Brasil fa­­zer o discurso de abertura da reunião.

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Obama e Dilma também lançaram um programa conjunto para estimular a transparência política e a participação dos cidadãos.

A presidente citou iniciativas como consultas públicas para programas de governo e o Transpa­­rência Brasil (que divulga na internet gastos governamentais) como exemplos de ações para elevar a transparência no país.

Disse ainda que o Programa Nacional de Banda Larga, que de­­pende de uma série de resoluções para sair do papel, deve resolver os gargalos de ampliação do uso das redes digitais como instrumento de participação política.

Os senadores norte-americanos Robert Menendez e Marco Rubio, do Comitê de Relações Exteriores, enviaram a Dilma carta pedindo que o Brasil não vote a favor de reconhecer a Palestina na ONU.

Informação

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Apesar de o Brasil ser um dos copatrocinadores do programa, Dilma teve que enfrentar o desprazer de ouvir seu colega norte-americano elogiar México, Turquia e Libéria por terem aprovado uma lei que dá acesso total da população a informações de governo, enquanto a legislação brasileira continua parada no Congresso Nacional apesar dos esforços do governo.

"Países como o México, a Turquia e a Libéria aprovaram leis que garantem o acesso de sua população à informação pública", disse Obama, para em seguida listar evoluções em outros países.

Para o Brasil, o elogio foi por ter colocado mais informações na Internet, assim como fez a África do Sul.