Faltando três dias para a Palestina apresentar o pedido para ser reconhecida como Estado membro da ONU, as negociações se intensificavam ontem para conquistar apoio no Conselho de Segurança. Os palestinos dizem que tem ao menos seis dos nove votos necessários.
"Elas [autoridades palestinas] estão tentando convencer dois ou três membros do Conselho de Segurança a votar a favor de aceitar a Palestina como Estado membro da ONU", afirmou, em Nova York, o ministro das Relações Exteriores palestino, Riad Malki.
Para que seu pedido seja aceito, os palestinos precisam do apoio de 9 dos 15 países que integram o Conselho e que nenhum dos cinco membros permanentes (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido) vetem a proposta. Os EUA já manifestaram que vão vetar o pedido, o que, para o chanceler palestino, vai ser uma humilhação para os norte-americanos.
Os palestinos contam atualmente com os votos de Brasil, China, Índia, Rússia, África do Sul e Líbano. Além dos EUA, os votos contrários dados como certos são os de Colômbia e Alemanha.
O chanceler brasileiro Antonio Patriota disse que a presidente Dilma Rousseff e o colega norte-americano, Barack Obama, não discutiram o assunto na reunião que tiveram ontem em Nova York.
A dúvida ainda paira em relação a França, Reino Unido, Bósnia, Nigéria, Gabão e Portugal.
Busca de apoio
O presidente israelense, Shimon Peres, conversou ontem com o colega da Bósnia e deveria fazer o mesmo com os líderes de Gabão e Nigéria, buscando apoio contra o projeto palestino.
Já o premiê Binyamin Netanyahu viajou para Nova York, onde disse não esperar recepção "calorosa". No cenário em que a proposta passe pelo Conselho de Segurança, ela precisa ser aprovada ainda por dois terços dos 193 países que integram a Assembleia Geral da ONU o que seria praticamente certo.O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse que vai entregar na sexta-feira ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o pedido, que, assim, será encaminhado ao Conselho de Segurança.
A outra alternativa para os palestinos é encaminhar o assunto diretamente à Assembleia Geral para reconhecê-los como Estado observador, o que exigiria a aprovação por 97 países.
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