A votação do referendo na Venezuela começou "em perfeita ordem e normalidade", disse à imprensa o ministro da Energia e Petróleo venezuelano, Rafael Ramírez, neste domingo (15).
"Há absoluta normalidade, bastante participação e há filas em alguns centros", disse Ramírez, após votar em um colégio da zona central de Caracas. "Temos relatos do interior do país, onde também tudo ocorre em ordem. Será um evento estelar para nossa história política", completou o ministro.
O "sim" concordará com a emenda a Chávez e a todas as demais pessoas que disputarem um cargo eletivo a reeleições indeterminadas. O 'não' mantém as coisas como estão, ou seja, ao direito a apenas uma disputa à reeleição.
Na Venezuela, o eleitor não é obrigado a votar e tem que passar por um sistema dgital de identificação. Em algumas sessões, porém, o voto ainda aconteceu com cédulas em papel.
O canal estatal "Venezolana de Televisión" afirmou que, durante a noite, um grupo de desconhecidos pichou frases alusivas a uma "fraude eleitoral" nas paredes de uma escola em Caracas.
O canal privado "Globovisión" informou que no bairro 23 de Enero, em Caracas e tradicional reduto da esquerda, houve caravanas realizando propaganda política, algo proibido a partir da meia-noite da sexta-feira pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Oposição
O líder opositor venezuelano Henrique Capriles Radonski, governador de Estado Miranda, convocou os eleitores a participar neste domingo (15) do referendo no país, ao considerar que as mudanças devem ser conseguidas "com os votos". O presidente Hugo Chávez deve votar até o início da tarde pelo horário local.
Em declarações à imprensa, depois de votar em um centro de Las Mercedes, em Caracas, Radonski disse que "a melhor maneira de protestar é ir votar", e também pediu ao Poder Eleitoral que dê os resultados em duas ou três horas depois do fechamento dos colégios esta noite.
O dirigente opositor, que ganhou o governo de Estado Miranda, um dos mais importantes do país e que engloba várias localidades de Caracas, considerou que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) deveria dar os resultados entre as 20h e 21h (21h30 e 22h30 de Brasília).
Radonski disse também que o ambiente é de normalidade em todo o estado, e afirmou que "não há filas", por isso encorajou os cidadãos a ir agora aos centros para votar a emenda constitucional impulsionada pelo presidente Hugo Chávez.
A maioria dos centros eleitorais da Venezuela abriu neste domingo as suas portas pouco depois das 6h (7h30 de Brasília), em uma votação para a qual foram convocados cerca de 17 milhões de eleitores.
Fogos de artifício, buzinas e carros de som acordaram neste domingo moradores da capital Caracas. Alguns eleitores já faziam fila nas zonas eleitorais antes do amanhecer.
Ex-militar, crítico dos Estados Unidos, Chávez já foi derrotado numa votação para terminar com o limite máximo para número de mandatos. Se perder agora, ele terá que deixar o governo em 2013 ou encontrar outra maneira de mudar as regras.
Confiante na vitória desta vez, o presidente afirmou no sábado que o seu triunfo reforçará o seu mandato para criar um Estado socialista e enfrentar o Estados Unidos na América Latina.
"Isso vai fortalecer a minha fé no que estamos fazendo", afirmou o presidente, de 54 anos.
No entanto, com o preço do petróleo mais de 100 dólares mais barato do que há sete meses, Chávez tem bem menos recursos para investir em programas sociais.
A moeda venezuelana se desvalorizou nos últimos meses, e investidores temem que a "revolução" queime as reservas do país.
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