Combates eclodiram neste domingo em Mogadishu entre tropas do governo e insurgentes al Shabaab, um dia depois de os rebeldes dizerem que estão saindo da capital somali e de o governo declarar ter controlado a maior parte da cidade, segundo moradores e autoridades.

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Um porta-voz da força de manutenção de paz da União Africana (AMISOM) disse que os combatentes al Shabaab atacaram um bairro na noite de sábado, mas que a maior parte da cidade está controlada.

Depois que al Shabaab iniciou sua retirada, o presidente xeique Sharif Ahmed disse que suas tropas haviam derrotado os rebeldes que queriam derrubar seu governo, que é apoiado pelo ocidente.

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A al Shabaab, cujo bastião fica no sul do anárquico país, negou, dizendo que iria se reagrupar e continuar a luta.

A Somália está sem um governo central de fato desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre há 20 anos, e agora está sofrendo com a fome provocada pela pior seca em décadas. A paz continua sendo um projeto distante.

"Na noite passada Al Shabaab disparou morteiros e nos atacou. Eles não eram muito fortes, nós os caçamos imediatamente," disse o porta-voz da AMISOM, capitão Ndayiragije Come, à Reuters.

"As forças do governo e da AMISOM agora controlam 90 por cento da capital. Estamos muito seguros de que iremos expulsar os poucos elementos da al Shabaab que permanecem em algumas partes da capital."

Moradores disseram que os conflitos continuavam no domingo e que em algumas regiões os combatentes da al Shabaab levavam vantagem.

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"Agora há combates perto do estádio de futebol. Milícias organizadas e remanescentes da al Shabaab expulsaram as tropas do governo que avançavam," disse um morador, Somow Ali, à Reuters por telefone.

O enviado especial da ONU para a Somália, Augustine Mahiga, disse que a al Shabaab permanecia uma ameaça, apesar da retirada, e que a prioridade agora seria entregar alimentos em um país devastado pela fome em algumas regiões do sul.

"A prioridade imediata deve ser agora centralizar os esforços na situação humanitária e eu peço que todas as partes... façam todo o possível para garantir e facilitar a entrega imediata de ajuda aos mais necessitados," disse.

A saída da al Shabaab da cidade, se confirmada, pode significar uma mudança de tática de combate militar contra o governo e as tropas da AMISOM para ataques suicidas ao estilo da Al-Qaeda.

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