Oito aspirantes ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas começaram nesta terça-feira (12) a comparecer ante a assembleia-geral para realizar entrevistas inéditas na esperança de suceder Ban Ki-moon em janeiro de 2017.
O presidente da assembleia, Mogens Lykketoft, explicou que essa é uma experiência inédita na história da ONU e fez um retrato do que um candidato ideal deve ter: “Independência, personalidade forte, autoridade moral, grande talento político e diplomático”, enumerou.
Ban Ki-moon deixa suas funções no final do ano, depois de dois mandatos de cinco anos.
Quatro homens e quatro mulheres estão na lista de candidatos ao cargo, mas sem apoio unânimes.
O chanceler de Montenegro, Igor Luksic, de 39 anos e o mais jovem dos candidatos, foi o primeiro a falar, visivelmente nervoso, sobre temas como terrorismo, refugiados, desarmamento e direitos humanos.
Entre os favoritos figuram a diretora da Unesco, a búlgara Irina Bokova, a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, que dirige o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e o ex-alto comissário da ONU para os Refugiados, o português Antonio Guterres.
O ex-presidente esloveno Danilo Türk e quatro ministros ou ex-ministros das Relações Exteriores de países dos Bálcães - Vesna Pusic (Croácia), Natália Gherman (Moldávia), Srgjan Kerim (Macedônia) e Igor Luksic (Montenegro) - completam a lista.
As audiências acontecerão em três dias consecutivos e os candidatos devem responder a perguntas dos diplomatas e de organizações civis.
A eleição do chefe da ONU é alvo há 70 anos de negociações a portas fechadas entre os 15 países membros do Conselho de Segurança, e os cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, China e França) terão a última palavra a partir de julho.
A tradição reza que o próximo secretário-geral seja de um país da Europa do Leste, a única zona geográfica que ainda não teve um representante no cargo, o que explica o grande número de candidatos dessa região.
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