A Comissão Suprema Eleitoral egípcia decidiu estender o horário de votação no referendo constitucional até as 23h locais (19h de Brasília) deste sábado (15), um acréscimo de quatro horas devido à "forte afluência de eleitores".
Os meios de comunicação estatais fizeram o anúncio desta prorrogação, que também aconteceu na maioria de convocações eleitorais no Egito desde a queda do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.
Enquanto isso, o porta-voz do Ministério do Interior egípcio, Osama Ismail, disse que a situação da segurança nas dez províncias está "dentro do desejado", sem que nada impeça a consulta popular.
"As forças de segurança não detectaram nenhum fato que represente um obstáculo no processo de votação ou ameace à segurança e à tranquilidade da cidadania", assegurou Ismail em entrevista à agência oficial "Mena".
Por outro lado, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) informou que recebeu durante o dia 110 queixas de observadores e eleitores.
A maioria tem relação com a proibição de acesso aos colégios de alguns observadores credenciados e outras de índole administrativa.
Além disso, o CNDH, que segundo a oposição e as ONGs locais está controlado pelos islamitas, informou de "uma suposta alegação de atos de fraude pela polícia".
A Frente de Salvação Nacional (FSN), que agrupa grande parte da oposição egípcia não islamita, denunciou "irregularidades generalizadas" no referendo e acusou a Irmandade Muçulmana de querer fraudar o processo.
O referendo acontece neste sábado e no próximo sábado, 22 de dezembro, devido à falta de juízes suficientes, já que muitos magistrados decidiram boicotar a supervisão do plebiscito em protesto contra as últimas decisões do presidente egípcio, Mohammed Mursi.
O primeiro dos dois dias do referendo, ao qual estão convocados 26 milhões de egípcios, está sendo promovido nas províncias do Cairo, Alexandria, Dakahliya, Garbiya, Sharquiya, Asiut, Sohag, Assuã, Sinai do Norte e Sinai do Sul.