Cidadãos egípcios começaram a votar, neste sábado (15), o referendo sobre a proposta de uma nova Constituição do país. As urnas foram abertas no Cairo, na Alexandria e em outras oito províncias. Os primeiros resultados não-oficiais devem sair algumas horas após o encerramento da votação.
O pleito ocorre em meio a divergências políticas no Egito. Determinada pelo presidente Mohmamed Morsi, a nova carta constitucional proposta no referendo segue preceitos islâmicos, mas desencadeou uma luta com a oposição, apoiada por juízes, que acusam os islâmicos de excesso de poderes.
A Irmandade Muçulmana Morsi tem organizado grandes comícios e campanhas a favor do projeto de Constituição. Por sua vez, a principal coalizão de oposição, Frente de Salvação Nacional, pede um boicote à proposta, alegando que o texto restringe a liberdade das minorias e das mulheres.
Ao longo das semanas anteriores, diversos protestos causaram conflitos por grupos rivais no Cairo. Oito pessoas morreram e centenas ficaram feridas. Para manter a segurança até o final da apuração, Morsi mobilizou 130 mil policiais e 120 soldados. O presidente votou em uma sessão eleitoral próxima do palácio presidencial, no Cairo, mas não fez nenhum comentário à imprensa.
O pleito ocorrerá em duas rodadas para garantir que haja juízes suficientes para monitorar os locais de votação, por causa do racha dentro do poder judiciário provocado pelo referendo. A segunda etapa está prevista para o dia 22 de dezembro. As informações são da Dow Jones.