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crise migratória

Comissão Europeia cobra distribuição de 160 mil refugiados pelo bloco

Membro italiano da comissão usa uma máscara com o rosto da chanceler alemã, Angela Merkel, que tem  sido a principal voz europeia em favor dos refugiados | VINCENT KESSLER/REUTERS
Membro italiano da comissão usa uma máscara com o rosto da chanceler alemã, Angela Merkel, que tem sido a principal voz europeia em favor dos refugiados (Foto: VINCENT KESSLER/REUTERS)

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, instou os países da União Europeia a aprovar um plano emergencial de distribuição de 160 mil refugiados entre si, em discurso nesta quarta (9).

Para Juncker, os principais países de entrada desses estrangeiros, Grécia, Itália e Hungria, não podem acolher os recém-chegados sozinhos.

“A crise de refugiados não vai simplesmente terminar. É a hora de agir”, disse Juncker em Estrasburgo (Alsácia), afirmando que 500 mil refugiados já entraram em território europeu desde o início de 2015.

O plano, agora anunciado oficialmente, envolve a divisão de 120 mil refugiados que se encontram na Grécia, na Itália e na Hungria, somando-os a uma proposta anterior, anunciada em maio, de realocar outros 40 mil que se encontravam apenas na Itália e na Grécia.

No total, estes 160 mil seriam divididos entre 22 dos 28 Estados membros da União Europeia (UE) -- além dos três principais países de entrada dos estrangeiros, Reino Unido, Irlanda e Dinamarca não estão legalmente obrigados a aderir ao plano.

Divisão

A divisão levaria em conta a situação econômica de cada país e a quantidade de asilos oferecidos até hoje. Alguns dos países, como Eslováquia e Polônia, já haviam criticado a proposta mesmo antes de seu anúncio oficial.

Juncker quer que ambos os planos sejam endossados na próxima segunda (14) em uma reunião de ministros do Interior em Bruxelas. ‘Isso deve ser feito de maneira compulsória”, disse.

Em Berlim, a chanceler alemã, Angela Merkel, elogiou a proposta e também pediu para que ela se tornasse compulsória.

Apesar da urgência, o primeiro plano, em maio, não teve apoio total e resultou na alocação de cerca de 32 mil refugiados. A Hungria foi um dos membros da UE a rejeitar a proposta.

Juncker salientou que o plano se restringe ao deslocamento de apenas 0,11% da população do bloco, de cerca de 500 milhões de pessoas. Para ajudar a conter o impacto nos países de destino, também foi anunciada uma lista de países seguros, como Albânia e Kosovo, do qual pedidos de asilo não devem mais ser aceitos.

No longo prazo, o presidente da Comissão Europeia também anunciou planos para um fundo de 1,8 milhão de euros para ajudar nações africanas a controlar suas fronteiras e diminuir o número de imigrantes que chegam à Europa.

Morte

A fala de Juncker, o tradicional discurso anual feito aos eurodeputados, foi marcado por um tom passional, já que a mãe do presidente da Comissão Europeia havia morrido três dias antes.

“Meu pai, que está doente, e minha mão, que morreu, eles sempre trabalharam”, justificou Juncker, 60, natural de Luxemburgo, após 80 minutos no palanque. “Por isso estou aqui”, disse, ao justificar não ter adiado seu discurso.

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