O Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira (9) um projeto de lei que determina sanções contra autoridades consideradas responsáveis por violações de direitos humanos durante as manifestações na Venezuela, que começaram em fevereiro.

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O projeto da "Lei de proteção dos direitos humanos e da democracia na Venezuela" foi votado pela maioria dos integrantes do Comitê e agora será debatido no plenário da Câmara. Durante a sessão, apenas dois congressistas votaram contra.

Agora, o projeto deve passar pelo plenário da Câmara e, se for aprovado, será levado ao Senado, onde já foi apresentado um projeto de lei parecido.

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"Como foi aprovado de modo surpreendente, [...] acredito que a votação no plenário acontecerá em breve. Tenho confiança de que aprovaremos", disse o presidente do Comitê, o republicano Edward Royce.

"A aprovação da legislação leva a Maduro a forte mensagem de que o Congresso dos Estados Unidos está atento às atrocidades cometidas pelo seu regime, e que eles serão punidos", disse a congressista republicana Ileana Ros-Lehtinen, autora do projeto.

A lei tem como alvo os responsáveis por prisões políticas e por abusos cometidos contra ativistas, visando também aqueles que tentam impedir o trabalho de jornalistas e a atividade de cidadãos que buscam compartilhar informações sobre os protestos contra o governo.

Esses responsáveis teriam contas e propriedades congeladas nos Estados Unidos e seus vistos de entrada no país seriam cancelados.

Mas, para o governo do presidente Barack Obama, as sanções não são apropriadas no momento, apenas um mês depois do início das difíceis negociações entre o governo e o setor moderado da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).

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Ontem, a subsecretária de Estado adjunta para América Latina, Roberta Jacobson, disse ao Comitê de Relações Exteriores do Senado (órgão que estuda o projeto de lei semelhante ao da Câmara) que a imposição de sanções seria "contra-producente", embora tenha deixado essa possibilidade em aberto, no caso de o diálogo com a oposição não ter efeito.

Crise

A Venezuela vem sendo sacudida por uma onda de manifestações iniciadas em fevereiro que já causaram 41 mortes. Segundo a Reuters, desde fevereiro, foram cerca de 800 feridos e cerca de três mil detidos, dos quais permanecem presos cerca de 450.

Os protestos são contra a alta inflação, que atinge os 60% anuais, a escassez de produtos básicos, como papel higiênico e café, e a violência criminal.

O governo de Maduro acusa os manifestantes de tentar um golpe e, na semana passada, anunciou a detenção de 58 estrangeiros, entre os quais um norte-americano, por suspeita de incitação de protestos violentos de rua contra o governo.

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A tensão na Venezuela se intensificou ontem, quando 243 jovens manifestantes foram detidos durante a madrugada no desmantelamento de quatro acampamentos montados em praças e avenidas da capital.