A reunião de doadores para reconstruir a Faixa de Gaza e recuperar a economia palestina arrecadou US$ 4,481 bilhões, anunciou nesta segunda-feira (2) Ahmad Aboul Gheit, chanceler do Egito, país organizador da iniciativa.
A doação foi anunciada ao término de uma conferência que reuniu representantes de mais de 70 países em Sharm el-Sheikh, no Egito.
O Brasil contribuiu com US$ 10 milhões, segundo o chanceler Celso Amorim, que participou da reunião.
O dinheiro prometido deve ser doado ao longo de dois anos, segundo o ministro, que estava acompanhado na coletiva pelo primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, e o ministro de Assuntos Exteriores norueguês, Jonas Gahr Store.
A reunião também pediu que as fronteiras entre Gaza e o Egito - que estão bloqueadas desde que o Hamas tomou à força o controle do território palestino, em junho de 2007- sejam abertas e insistiu em que o dinheiro doado não deve parar nas mãos do Hamas.
Condições
A ajuda dos Estados Unidos não pode ser dissociada do processo de paz, afirmou a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, durante a conferência, que teve também a participação das Nações Unidas, mas não de Israel e do Hamas. Em resumo: o dinheiro será doado sob condições.
Washington anunciou uma contribuição total de US$ 900 milhões para os palestinos durante a conferência, mas, deste total, US$ 600 irão para a Autoridade Palestina e os US$ 300 milhões restantes serão levados para a Faixa de Gaza em forma de ajuda humanitária. A região foi bem destruída após a ofensiva israelense no final de dezembro de 2008 e no começo de janeiro de 2009.
Nesta segunda, a Autoridade Palestina tem controle basicamente sobre a Cisjordânia após perder Gaza no voto e em combates armados para o Hamas desde junho de 2007.
Hillary afirmou ainda que obteve do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, garantias de que o dinheiro americano não seguirá para o Hamas, que desde junho de 2007 controla a Faixa de Gaza e que Washington considera uma organização terrorista.
O Ocidente isola o Hamas porque o grupo islâmico se recusa a reconhecer Israel, renunciar à violência e se comprometer com acordos de paz com o Estado judeu.
Israel impõe um bloqueio econômico a Gaza desde que o Hamas assumiu o controle do território, em junho de 2007. Para o processo de reconstrução, o governo israelense diz que exigirá aprovações e garantias específicas de que cada projeto não poderá beneficiar o Hamas.
O Egito, que também faz fronteira com Gaza, se recusa a abrir a fronteira de Rafah ao tráfego normal - aceita apenas um acesso limitado.
Sarkozy também conclamou os grupos palestinos rivais a superarem suas divisões. Os grupos palestinos, inclusive o Hamas e a facção laica Fatah, de Abbas, aceitaram na semana passada negociar um governo de unidade nacional que prepare a realização de eleições legislativas e presidenciais na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.