O Quirguistão enviará forças de reserva e voluntários para a região sul do país, após uma terceira noite de conflitos étnicos entre gangues uzbeques e quirguizes que já deixaram 84 mortos e 1.122 feridos. O governo interino do país disse ser incapaz de conter os confrontos e pediu neste sábado ajuda militar russa, que negou o envio imediato de tropas, mas ofereceu ajuda humanitária.

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Segundo a agência de notícias Associated Press, pelo menos 75 mil uzbeques deixaram suas casas e rumaram para a fronteira com o Uzbequistão. "Deus nos ajude. Eles estão matando uzbeques como animais. Quase toda cidade está em chamas", disse à agência de notícias Reuters Dilmurad Ishanov, um uzbeque que trabalha com direitos humanos em Osh.

O conflito é o pior de duas décadas no país da Ásia Central.O governo interino do Quirguistão, república ex-soviética que mantém bases militares russas e americanas, ordenou neste sábado às forças de segurança que 'atirem para matar'. Na sexta-feira foi declarado estado de emergência em Osh e em outros distritos rurais.

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O ministro do interior disse em um comunicado que enviaria forças voluntárias ao sul por causa da 'complicada e tensa' situação em Osh e Jalalabad - agravada pela derrubada do presidente Kurmanbek Bakiyev em abril deste ano.

Em 19 de maio, o governo interino anulou uma eleição presidencial prevista para o outono (hemisfério norte) e passou o cargo de presidente para Roza Otunbayeba até o final de 2011.O presidente interino acusa apoiadores de Bakiyev, que está exilado na Bielorrússia, de atiçar o conflito étnico na base do ex-presidente.

Desde a independência do Quirguistão em 1991, após o fim da União Soviética, as tensões entre minorias étnicas marcaram a vida do país. A situação atual preocupa a Rússia, os EUA e a China. Washington usa uma base aérea em Manas, norte do país, cerca de 300 km de Osh, para abastecer suas forças no Afeganistão.