A Rússia respondeu neste sábado (12) negativamente ao pedido de ajuda militar feito pelo Quirguistão para conter os confrontos étnicos que já mataram 62 pessoas e deixaram partes de suas maiores cidades em chamas, na mais intensa onda de violência desde a queda do presidente Kurmanbek Bakiyev em abril deste ano.
O Kremlin disse que não poderá enviar ajuda militar imediatamente, mas que pode contribuir com assistência humanitária. "É um conflito doméstico, e a Rússia não vê condições de tomar parte", disse Natalya Timakova, porta-voz do Kremlin. Segundo ela, a Rússia irá consultar outros membros do pacto de segurança de ex-nações soviéticas sobre a possibilidade de enviar ao Quirguistão uma missão conjunta de paz.
O governo interino do país, que mantém bases militares russas e americanas, disse ser incapaz de conter os incêndios causados por gangues quirguizes e uzbeques. "Precisamos de forças estrangeiras para acalmar a situação", disse o líder do governo interino do Quirguistão, Roza Otunbayeva. "Pedimos ajuda á Rússia e eu já assinei uma carta enviada ao presidente Dmitry Medvedev."
O pobre ex-Estado soviético de 5,3 milhões de pessoas declarou estado de emergência em Osh e em outros distritos rurais nesta sexta após brigas de gangues com armas e bombas.
Em 19 de maio, o governo interino anulou uma eleição presidencial prevista para o outono (hemisfério norte) e passou o cargo de presidente para Otunbayeba até o final de 2011, após a derrubada do ex-presidente Kurmanbek Bakiyev.
Desde a independência do Quirguistão em 1991, após o fim da União Soviética, as tensões entre minorias étnicas marcaram a vida deste país vizinho do Uzbequistão, somando-se à dificuldades econômicas persistentes.