Mais de 20 mil civis tâmeis foram mortos nos últimos dias da operação militar do Sri Lanka para derrotar os rebeldes Tigres do Tâmil, informou o jornal britânico The Times nesta sexta-feira.
Autoridades do Sri Lanka disseram que suas forças pararam de usar armas pesadas no dia 27 de abril em uma área de cessar-fogo onde acredita-se que 100 mil civis tâmeis estejam abrigados, e responsabilizam os rebeldes escondidos entre civis pelas mortes, de acordo com o jornal.
Citando documentos confidenciais da Organização das Nações Unidas (ONU) aos quais teve acesso, o Times disse que o número de civis mortos na zona de cessar-fogo aumentou desde o final de abril, com cerca de 1.000 civis mortos diariamente até 19 de maio. Este foi o dia em que ocorreu o assassinato de Vellupillai Prabhakaran, líder do movimento Tigres Pela Libertação da Pátria Tâmil (LTTE).
O número final de civis mortos pode passar de 20 mil, informou o jornal.
A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, disse que o LTTE recrutou como soldados crianças e usou civis como escudo humano durante o conflito, enquanto o Exército indiscriminadamente bombardeou áreas lotadas de civis. Os dois lados negam as acusações.
O Sri Lanka considerou hipocrisia uma pressão do Ocidente para que se investigue abusos aos direitos humanos e crimes de guerra no conflito contra o LTTE, que está listado como uma organização terrorista por mais de 30 países.
A ONU estima que morreram entre 80 mil e 100 mil pessoas numa das mais longas guerras modernas da Ásia, que começou em 1983, quando os Tigres começaram a lutar por um Estado separado para a minoria Tâmil do Sri Lanka.