Os vizinhos sul-americanos apresentam mais diferenças de opinião do que pontos de vista em comum. Conheça alguns conflitos:

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Conselho de Segurança – A Argentina ficou magoada com o Brasil porque o país decidiu disputar uma vaga no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sem consultar o governo argentino. Brasília esperava apoio mas vem conseguindo, na melhor das hipóteses, indiferença.

Salvaguardas – Brasil e Argentina se lançam numa briga interminável contra supostas invasões de produtos estrangeiros a seus mercados. Desde a crise de 2001, Buenos Aires vem lançando mão de salvaguardas, por meio de Mecanismos de Adaptação Competitiva (MACs) que, para especialistas, representam um retrocesso no bloco.

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Mentor da nacionalização – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, é acusado de planejar a nacionalização do petróleo e do gás oficializada em 1.º de maio pela Bolívia, que prejudicou Brasil e Argentina. Chávez nega armação, mas vem investindo em empresa que deve ser concorrente da Petrobrás.

Recuo antecipado – A Argentina aceitou aumento de cerca de 50% no preço do gás que compra da Bolívia, deixando o Brasil com poucos argumentos para evitar uma elevação no preço do produto. Para o governo brasileiro, o preço admitido por Buenos Aires – US$ 5 por milhão de BTU – está acima dos valores de mercado.

Menores rebeldes – Paraguai e Uruguai, os dois parceiros mais pobres do Mercosul, ameaçam deixar o bloco alegando que Brasil e Argentina, os mais ricos, não colaboram para seu desenvolvimento. Além disso, reclamam que nem sempre são consultados e dizem estar dispostos a firmar tratados de livre comércio com os Estados Unidos.

Aversão à Alca – Para Venezuela e Argentina, a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) – proposta pelos Estados Unidos – está morta e enterrada. O governo do Brasil, no entanto, evita endossar esse posicionamento e diz que não quer confrontos diretos com Washington.

Corpo mole – O acordo entre Mercosul e União Européia, que deveria ter sido negociado até 2004, vem sendo rediscutido paulatinamente. O Brasil busca liberar o comércio por outras vias, como as rodadas de discussões com integrantes da Organização Mundial do Comércio e pede mais apoio dos vizinhos.

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Guerra da celulose – A instalação de duas indústrias papeleiras no Uruguai deixou a Argentina enfurecida. Os argentinos dizem que o Rio Uruguai, na divisa, vai sofrer com poluição. O Uruguai nega, mas deve enfrentar tribunais internacionais. O Brasil e a Venezuela não querem se meter na briga.

Amizade andina – O Brasil e a Argentina defenderam nos últimos anos a união do Mercosul com a Comunidade Andina de Nações, a CAN. O mais novo membro do Mercosul, no entanto, acaba de sair da CAN e mantém atritos com a Colômbia e o Peru, que se aproximaram dos Estados Unidos. Enquanto essa aproximação durar, a Venezuela tende a repelir a parceria Mercosul e CAN.

Liderança – Com a entrada da Venezuela no Mercosul, o bloco tende a assumir um perfil mais político e de oposição à lógica de mercado norte-americana. Com isso, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, tende a disputar a liderança da região com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.