As forças de segurança da Síria e tropas favoráveis ao governo do país mataram quatro pessoas que participavam, neste domingo (10), de protestos na cidade de Banias, situada 300 quilômetros ao noroeste de Damasco, conforme uma testemunha. Segundo ela, o exército havia cercado Banias mais cedo enquanto os manifestantes se reuniam e atirou contra pessoas que estavam próximas a uma mesquita.
A testemunha afirmou que, além dos mortos, várias pessoas ficaram feridas e estavam pedindo para receber tratamento em clínicas menores em vez de serem levadas para o hospital, que estaria sob controle das forças de segurança. O relato não pode ser confirmado de forma independente porque o governo da Síria impôs uma série de restrições à cobertura jornalística e ordenou que repórteres deixassem o país. Além disso, tanques do exército e soldados patrulhavam os arredores de Banias, impedindo as pessoas de entrarem na cidade.
As manifestações contra o governo da Síria começaram há mais de três semanas e estão crescendo continuamente, com dezenas de milhares de pessoas pedindo por mudanças no regime autoritário do presidente Bashar Assad. Segundo organizações defensoras dos direitos humanos, mais de 170 foram mortos em manifestações na Síria.
Uma das principais exigências dos manifestantes é o fim de uma lei que permite ao regime de Assad prender pessoas sem apresentar acusações. Hoje o presidente sírio disse que o país está caminhando "em direção a amplas reformas", segundo a agência de notícias estatal SANA, mas até o momento nenhuma das mudanças adotadas por ele conseguiram evitar a continuidade dos protestos.
Ele prometeu formar comitês para analisar a reforma política, ofereceu cidadania a milhares de curdos - que são minoria na Síria - e renovou seu gabinete, gesto considerado simbólico, visto que a maior parte do poder está concentrada nas mãos do presidente.
A maior parte da violência na Síria está concentrada na região da cidade de Daraa, no sul do país, onde 25 pessoas foram mortas na sexta-feira. Em Latakia, cidade portuária do Mediterrâneo, doze pessoas foram assassinadas há duas semanas.
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