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Falso acordo

Confrontos com rebeldes da Geórgia recomeçam após cessar-fogo

Negociação entre separatistas e governo da Geórgia foi por "água abaixo": presidente em discurso emocionado disse que havia ofertado trégua aos separatistas | Irakli Gedenidze / Reuters
Negociação entre separatistas e governo da Geórgia foi por "água abaixo": presidente em discurso emocionado disse que havia ofertado trégua aos separatistas (Foto: Irakli Gedenidze / Reuters)

O governo da Geórgia e os separatistas da Ossétia do Sul quebraram um acordo de cessar-fogo poucas horas depois de os dois lados concordarem em negociar nesta sexta-feira (8).

"Separatistas abriram fogo nas vilas georgianas de Prisi e Tamarashei, e tivemos que retornar o fogo", disse o secretário do Conselho de Segurança Nacional da Geórgia Kakha Lomaia à Reuters.

Um repórter da Reuters pôde ouvir e ver intensos disparos de armas pesadas em locais diferentes na noite desta quinta-feira (7). Explosões azuis e vermelhas podiam ser vistas no céu noturno.

"De acordo com nossas informações, algumas unidades militares do exército russo estão se aproximando do túnel de Roki", disse Lomaia, se referindo à rota que conecta a Ossétia do Sul com a Rússia.

O túnel não é controlado pela Geórgia, que diz que teme que a Rússia poderia usá-lo para fornecer armas para a região.

Dias de violentos conflitos levantaram temores de uma nova guerra na instável região do Cáucaso.

Num pronunciamento dramático, o presidente Mikheil Saakashvili havia oferecido na quinta-feira uma trégua aos separatistas, depois de combates que, segundo o governo, mataram 10 pessoas, entre soldados e civis. Os separatistas dizem que dois civis morreram.

A Rússia havia dito que os combates foram suspensos e que ambas as partes aceitaram dialogar na sexta-feira num quartel russo de Tskhinvali, a capital regional.

A Ossétia do Sul e a também separatista Abkházia têm apoio político e financeiro de Moscou, mas a Geórgia, uma ex-república soviética, se aliou ao Ocidente e pleiteia uma vaga na Otan. O país fica numa área que vai se consolidando como uma vital rota no transporte de combustíveis.

Passados 15 anos dos primeiros confrontos pelo separatismo da Ossétia do Sul e da Abkházia, o espectro de uma guerra total ainda ronda a Geórgia.

Na quinta-feira, o comandante da força de paz russa na região, Marat Kulakhmetov, chegou a confirmar a trégua. A Geórgia disse que não se trata de um cessar-fogo formal, mas que os combates haviam parado.

"Ofereço-lhes um cessar-fogo imediato e um início imediato das negociações", disse Saakashvili pela TV, acrescentando que ordenou que não houvesse retaliações.

"Foi uma decisão dolorosa, mas sofremos baixas e as casas das aldeias estão danificadas", afirmou.

Ele repetiu a oferta de autonomia plena para a região separatista, com a Rússia gerenciando.

Os combates começaram no fim de semana, com seis mortes. Na quinta-feira, o site oficial do movimento separatista, o www.cominf.org, disse que os georgianos estão usando posições na localidade de Avnevi para bombardear a aldeia de Khetagurovo.

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