Quase 130 pessoas foram mortas em violentos confrontos em toda a Síria neste sábado (7), a maioria civis, depois de o regime do presidente Bashar Assad lançar uma ofensiva em uma cidade na província central de Hama, segundo observadores.
Oitenta e seis civis estavam entre as vítimas, "40 deles mortos em bombardeios e tiroteios na cidade de Latamna", revelou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
O grupo informou que outros cinco civis foram mortos em Tibet al-Imam, também em Hama, enquanto 18 morreram na cidade de Rastan, na província vizinha de Homs. Na cidade de Idlib, no nordeste, foram registradas 22 mortes. Outra morte ocorreu em Alepo, no norte do país. De acordo com o observatório, 16 rebeldes e 26 combatentes do regime também estavam entre os mortos.
Assad aceitou um prazo de cessar-fogo mediado pelo enviado especial das Nações Unidas, Kofi Annan, que solicitou a retirada de suas tropas das cidades e vilarejos até terça-feira. O representante da ONU também pediu que o governo e os rebeldes baixem as armas até 6h da manhã (horário local) de quinta-feira.
Mas a escalada da violência nos últimos dias tem alimentado acusações de que Assad intensificou os esforços para reprimir o levante popular contra ele antes do cessar-fogo da próxima semana. O governo sírio afirma ter começado a retirar as suas forças de segurança antes do cessar-fogo, mas ativistas dizem não ter havido qualquer recuo significativo. Tropas, bases e franco atiradores continuam em quase todas as cidades tomadas pelo conflito.
"Eles estão tentando esmagar sistematicamente a revolta popular sempre que podem e independentemente do custo humano", declarou o ativista Mohammad Saeed, em Doma, subúrbio de Damasco.
O embaixador dos Estados Unidos para a Síria, Robert Ford, disse que o governo sírio parece ter recuado parte de suas tropas das cidades e vilarejos, mas as manteve em outros lugares ou simplesmente as deslocou. Ele afirmou basear tal informação em imagens de satélite de antes e depois das movimentações, que foram divulgadas hoje na página do Facebook da embaixada.
Prisões e bombardeios continuaram nos redutos da oposição, segundo um comunicado de Ford. "Isso não é uma redução das operações ofensivas de segurança do governo sírio...que deve ser o primeiro passo para a iniciativa de Annan ter sucesso", informou o documento. "O regime e o povo sírio devem saber que nós estamos monitorando. O regime não pode esconder a verdade."