Manifestantes atearam fogo em automóveis e pneus e atiraram coqueteis molotov contra militares| Foto: Reuters
manifestantes carregam homem ferido durante protestos em Bangcoc
Manifestantes atearam fogo a ônibus e pneus na capital da Tailândia
Jornalista canadense que foi atingido por um tiro durante os protestos é socorrido por manifestantes
Soldados usaram balas de borracha e balas de verdade para conter as manifestações
Manifestante contra o governo Tailandês segura bandeira durante os protestos
Pelo menos 2125 pessoas ficaram feridas durante os protestos desta sexta-feira (14)
Soldados ocuparam o centro da capital tailandesa para conter os protestos
Soldados usaram balas de borracha e balas de verdade contra os manifestantes
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Soldados tailandeses abriram fogo contra manifestantes contrários ao governo, que revidaram com coquetéis molotov e foguetes caseiros nesta sexta-feira, o segundo dia seguido de violência no coração de Bangcoc. O Exército tenta retirar os manifestantes das ruas. Os confrontos mataram dez pessoas e feriram 125, dentre eles dois soldados, informou o governo. As tropas usaram gás lacrimogêneo, balas de borracha e balas de verdade contra os manifestantes, que atearam fogo a pneus e a um ônibus da polícia.

Explosões de bombas e o som de troca de tiros foram ouvidos nos principais cruzamentos do bairro comercial. Emissoras locais de televisão informaram que várias granadas atingiram um shopping center e uma estação elevada de trem. Nuvens de fumaça preta subiam das ruas vazias.

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Com a deterioração da segurança e as expectativas de uma solução pacífica cada vez mais improvável, o país aliado dos Estados Unidos e que é a segunda maior economia do sudeste da Ásia, caminha para a instabilidade por causa da crise política que já dura dois meses. Além de ameaçar a economia, a crise já afeta a indústria do turismo.

Os manifestantes, conhecidos como Camisas Vermelhas, iniciaram sua campanha para depôr o governo em março, dizendo que os atuais governantes chegaram ao poder de forma ilegítima e que são indiferentes aos pobres. Desde então, vários episódios de violência resultaram na morte de 37 pessoas e deixaram mais de 1 400 feridas.

Os manifestantes pediram que o rei Bhumibol Adulyadej, de 82 anos, encerre seu longo silêncio sobre o caso e intervenha, mas nenhuma palavra do adoecido monarca foi ouvida.

A violência aumentou depois que um ex-general do Exército, considerado como um conselheiro militar dos Camisas Vermelhas, foi alvejado na cabeça na noite de quinta-feira, possivelmente por um franco atirador. O major-general Khattiya Sawasdiphol foi atingido quando conversava com jornalistas estrangeiros. Um médico disse que Sawasdiphol ainda continuava em coma nesta sexta-feira e poderia "morrer a qualquer momento".

Um manifestante foi morto a tiros na noite de quinta-feira e outros quatro morreram nesta sexta-feira. Dentre os feridos há dois jornalistas tailandeses e um repórter canadense, todos com ferimentos de bala.

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Ao cair da noite, líderes dos Camisas Vermelhas lideraram seus seguidores em preces budistas e pediram que voluntários trouxessem mais pneus para suas barricadas. "A morte não pode nos impedir de continuar nossa luta", disse Jatuporn Prompan, um líder manifestante.

Os Camisas Vermelhas, em sua maioria trabalhadores rurais pobres, iniciaram uma campanha na capital no dia 12 de março, numa tentativa de forçar a saída do primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva.

Eles afirmam que o governo de coalizão chegou ao poder ilegitimamente por meio da manipulação dos tribunais e com o apoio do Exército, que em 2006 depôs o premiê populista apoiado pelos Camisas Vermelhas, Thaksin Shinawatra, com um golpe de Estado.

Em mensagem colocada no Twitter, do exílio, Thaksin disse que os integrantes de um "governo muito cruel" vão "acabar como criminosos de guerra" no Tribunal Penal Internacional.