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Jovens egípcios sobem em muro erguido pelas forças de segurança no Cairo. Confrontos entre manifestantes e polícia entram no quarto dia | AFP PHOTO/MOHAMMED ABED
Jovens egípcios sobem em muro erguido pelas forças de segurança no Cairo. Confrontos entre manifestantes e polícia entram no quarto dia| Foto: AFP PHOTO/MOHAMMED ABED

As forças egípcias de segurança entraram em confronto com manifestantes no Cairo pelo quarto dia consecutivo nesta segunda-feira, e os Estados Unidos, preocupados com a violência, pediram à junta militar do país que respeite os direitos humanos.

Fontes médicas disseram que o número de mortos subiu para 13 desde sexta-feira, quando os confrontos começaram. Centenas de pessoas ficaram feridas.

Durante a noite, policiais e soldados usando cassetetes e gás lacrimogêneo expulsaram manifestantes que atiravam pedras da Praça Tahrir, epicentro da revolução que em fevereiro derrubou o governo de Hosni Mubarak.

Pela manhã, as forças de segurança recuaram para atrás de barricadas nas ruas que dão acesso ao Parlamento, à sede do gabinete e ao Ministério do Interior. Aproveitando-se disso, centenas de pessoas voltaram à praça.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o uso "excessivo" da força contra os manifestantes.

A violência começou logo depois da segunda etapa de uma eleição parlamentar que acontece ao longo de seis semanas e marca o início da contagem regressiva para o fim do regime da junta militar - que promete transferir o poder em julho a um presidente civil eleito democraticamente.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, se disse "profundamente preocupada" com a violência, e pediu às forças de segurança que "respeitem e protejam os direitos universais de todos os egípcios". Aos manifestantes, ela pediu que "evitem atos de violência."

Uma fonte militar disse que 164 pessoas foram detidas. Uma fonte de segurança informou que um homem de 26 anos morreu sob custódia, em circunstâncias não esclarecidas.

Segundo a agência estatal de notícias Mena, o Ministério Público determinou a prisão de 123 pessoas acusadas de resistir à autoridade, apedrejar soldados e policiais e incendiar prédios públicos. A promotoria disse ter libertado outras 53 pessoas.

O controle militar sobre a política egípcia divide o país. Muitos egípcios querem que o foco seja na construção de instituições democráticas, e não no ativismo de rua, mas mesmo assim ficaram chocados com a violência das forças de segurança na região da praça Tahrir.

Soldados da tropa de choque foram filmados agredindo com cassetetes manifestantes caídos. Uma foto da Reuters mostrou dois policiais arrastando uma mulher pela camisa, expondo suas roupas íntimas.

Os manifestantes disseram ter detido quatro soldados que estariam participando do ataque nas primeiras horas da segunda-feira.

"Rapidamente colocamos os quatro em veículos e os levamos para longe da praça, do contrário eles teriam sido massacrados por manifestantes irritados, que foram alvo dos violentos ataques do Exército", disse Sayyid Abu Ella, falando por telefone da Praça Tahrir.

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