O corpo legislativo iraniano confirmou nesta sexta-feira (26) que não encontrou nenhuma evidência de fraudes e que esta foi a eleição mais limpa e "saudável" desde a revolução Iraniana de 1979. "O Conselho quase terminou de rever as queixas dos candidatos derrotados e a análise indicou que esse foi o mais transparente pleito desde a Revolução. Não existiram violações na eleição", afirmou o porta-voz do grupo, Abbasali Kadkhodai.
Durante essa semana, o Conselho, que faz a vistoria do processo eleitoral e guarda as leis do país, já havia rejeitado qualquer acusação de fraude e pedido de anulação da eleição, feitas pelos candidatos derrotados, principalmente pelo moderado ex-primeiro-ministro Mir Hossein Moussavi.
"Baderneiros"
Um clérigo iraniano conservador pediu nesta sexta a execução de "baderneiros", num sinal da intenção das autoridades de reprimir a oposição ao resultado da eleição presidencial realizada em 12 de junho.
"Quero que o Judiciário... puna os líderes baderneiros com firmeza e sem mostrar nenhuma clemência para ensinar a todos uma lição", disse Ahmad Khatami numa palestra religiosa na Universidade de Teerã.
A TV estatal iraniana disse na quinta-feira que oito integrantes da milícia Basji foram mortos por "baderneiros" durante os protestos. Anteriormente a mídia estatal havia informado que 20 pessoas morreram nas manifestações.
Autoridades iranianas acusam Mousavi de ser o responsável pelo derramamento de sangue, enquanto o ex-premiê moderado diz que o culpado é o governo.
Khatami, que é membro da Assembleia de Especialistas, disse que o Judiciário deve acusar os líderes "desordeiros" como sendo "mohareb", pessoa que promove guerra contra Deus.
"Eles devem ser punidos brutalmente e de forma selvagem", disse. Pelas leis iranianas, a punição para as pessoas condenadas por serem "mohareb" é a execução.
Os simpatizantes de Moussavi planejam soltar milhares de balões na sexta-feira com a mensagem "Neda, você sempre estará em nossos corações", em memória a Neda Agha Soltan, a jovem morta na semana passada que se tornou um dos ícones das manifestações.
Khatami disse que Neda foi morta pelos próprios manifestantes para propósitos de propaganda. "Ao assistir o filme, qualquer pessoa inteligente vê que os baderneiros a mataram", disse.
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