O Conselho de Segurança das Nações Unidas começa a analisar nesta segunda-feira o pedido de reconhecimento do Estado palestino, onde parece estar destinado a um debate simbólico diante do provável veto dos Estados Unidos. A iniciativa palestina enfrenta uma luta árdua para garantir os nove votos necessários para aprovação. Sem esses votos, o governo Obama será poupado do constrangimento de ter de vetar o pedido, no que seria mais um golpe aos seus esforços de assegurar a paz do Médio Oriente.
Com o início das discussões formais, diplomatas dizem que os palestinos têm apenas seis votos certos no conselho - China, Rússia, Brasil, Líbano, Índia e África do Sul. Essas nações, com exceção do Líbano, compõem os Brics, cuja influência econômica e diplomática tem crescido diante das perspectivas de recessão nos Estados Unidos e na Europa.
Ao receber o pedido entregue por Abbas na última sexta-feira, o conselho começará as discussões a portas fechadas. Mas nenhuma ação imediata é esperada.
Normalmente, o conselho não levaria mais do que 35 dias para analisar e avaliar um pedido de adesão. Em julho, a aplicação do Sudão do Sul, o país mais recente a aderir ao organismo, foi aprovado em questão de dias e entregue à Assembleia-Geral, que confirmou a solicitação.
Diplomatas dizem, porém, que este não será o caso da aplicação palestino já que o limite de 35 dias pode ser facilmente dispensado. Retardar o processo, dizem eles, seria útil para que os Estados Unidos, a União Europeia, Rússia e Nações Unidas - conhecido como o "Quarteto" - coloquem pressão em ambos os lados para voltar à mesa de negociações.
Apesar do impasse, os líderes israelense e palestino parecem ter ganho apoio interno após a Assembleia-Geral da ONU. Enquanto o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, foi recebido com herói na Cisjordânia, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu viu sua popularidadepopularidade subir. Segundo pesquisa publicada no domingo, o índice de aprovação do premier passou de 32%, em julho, para 41%.
Um estudo do Centro Palestino de Política e Pesquisa, com margem de erro de 3 pontos percentuais, também mostrou um crescimento na popularidade de Abbas nos últimos três meses, que chegou a 59%.
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