O Conselho de Segurança da ONU fez nesta segunda-feira uma reunião de emergência para discutir o ataque de Israel a embarcações que tentavam levar ajuda humanitária a Gaza. A maioria dos 15 integrantes do Conselho pediu uma investigação completa do incidente, que causou a morte de pelo menos nove ativistas pró-palestinos.
Após uma reunião aberta de 90 minutos, o Conselho passou a uma consulta a portas fechadas. Diplomatas dizem que a negociação gira em torno do texto de uma declaração final do órgão.
Muitos diplomatas reiteraram declarações anteriores de seus governos condenando ou criticando a ação israelense, e alguns cobraram o fim imediato do embargo econômico de três anos de Israel contra Gaza.
"Isso é equivalente a bandidagem e pirataria", disse Ahmet Davutoglu, chanceler da Turquia, país de onde havia partido a frota naval e de onde era a maioria dos mortos. "É um assassinato conduzido por um Estado."
Os Estados Unidos, maior aliado de Israel no mundo, falaram em termos mais brandos. O embaixador adjunto Alejandro Wolff disse que Washington lamenta profundamente a perda de vidas, e defendeu uma "investigação crível e transparente" por parte de Israel.
Mas ele criticou os organizadores da frota por terem tentado violar o bloqueio israelense contra Gaza. "A entrega direta por mar não é adequada nem responsável e, certamente, não é eficaz sob as circunstâncias."
O embaixador adjunto de Israel na ONU, Daniel Carmon, disse ao Conselho que a frota era "qualquer coisa menos" uma missão humanitária. Seus organizadores, acusou ele, "cinicamente usaram o disfarce da ajuda humanitária para enviar uma mensagem de ódio e implementar a violência."
O diplomata afirmou ainda que alguns organizadores são ligados a organizações terroristas, e que foram eles que obrigaram Israel a realizar uma "medida preventiva para conter a violação ilegal do bloqueio."
A sessão do Conselho foi convocada a pedido de Turquia e Líbano, membros temporários.
O observador palestino na ONU, Ryiad Mansour, disse a jornalistas antes da reunião que esperava uma ação imediata do Conselho.
"Esperamos que o Conselho de Segurança (...) leve Israel a se responsabilizar (...) e condene esta ação." Israel, acrescentou ele, "deve suspender o cerco ao nosso povo em Gaza."
Mansour representa a Autoridade Palestina, que não tem controle sobre a Faixa de Gaza, a qual é governada pelo grupo islâmico Hamas.
Funcionários da ONU já haviam criticado anteriormente o bloqueio à Faixa de Gaza, uma vez que as restrições ao comércio estariam causando uma crise humanitária. Carmon disse que "não há crise humanitária" na Faixa de Gaza.
- Síria admite ter tido atividade nuclear e veta acesso, diz AIEA
- Brasileiro procura esposa italiana que estava em comboio atacado
- Brasileira que estava em barco atacado está viva e bem, diz Israel
- Embaixador de Israel explica ataque a navios, mas Itamaraty mantém condenação
- Brasileira não está em lista preliminar de mortos, diz embaixador de Israel
- América Latina se junta à condenação mundial a ataque de Israel
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia